Defesa de Bruno pede transferência e emprego em time para jogador
Segundo advogado, mulher do atleta tem imóvel em Nova Lima e estaria disposta a se mudar
Minas Gerais|Márcia Costanti, do R7
A defesa do goleiro Bruno Fernandes, condenado há 22 anos de prisão pela morte da modelo Eliza Samudio, entrou com um pedido de transferência para o jogador para evitar o regime de segurança máxima da Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem. De acordo com o advogado de Bruno, Francisco Simim, a intenção é que ele vá para a Apac (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados) de Nova Lima.
O defensor explica ainda que a intenção é mudar a situação do jogador, já que na Apac, Bruno deixa de ser detento para ser tratado como "reeducando". Dentre outros benefícios, a cada três dias de trabalho, o atleta terá direito a dois de remição na pena. Já na penitenciária, o preso ganha redução de apenas um dia. Em ofício, a defesa do goleiro defende que na Apac Bruno poderia receber visitas mais frequentes da avó e dos filhos.
— Não podemos esquecer que o Bruno não é condenado em definitivo ainda, entramos com recurso.
Briga faz Bruno perder 59 dias de remissão na pena
O juiz da Vara de Execuções Criminais de Nova Lima Juarez Morais de Azevedo, aguardava a entrega da documentação necessária para análise. Como Simin apresentou nesta quarta (29) o comprovante de aluguel de uma casa em Rio Acima, o magistrado determinou que o Ministério Público se manifeste sobre a transferência. O fato de Bruno ter sido punido por brigar com detentos pode impedir a transferência.
Vila Nova nega contrato
Ainda de acordo com Simim, a mulher do goleiro, Ingrid Calheiros, possui imóvel na cidade e cogita mudar para o local para facilitar a transferência do ex-jogador do Flamengo. Quanto a possibilidade de Bruno voltar aos gramados jogando pelo Villa Nova, time do município, o advogado é cauteloso, mas destaca que é procurado por "vários clubes" interessados em Bruno.
—Isso ainda é muito precoce, isso é no futuro. Primeiro, ele vai ter que ter a autorização do juiz, que define a vida do reeducando.
A assessoria do Villa confirmou que os advogados do jogador procuraram a diretoria do clube em 2013 para discutir um possível contrato com Bruno. No entanto, as negociações não progrediram, já que o time renovou o contrato com o atual goleiro e contratou um reserva. Além disso, a presidência do clube considerou a presença de Bruno "negativa".
O tribunal confimou ainda que a defesa já fez ainda um pedido de transferência para Montes Claros, no norte do Estado. O juiz Francisco Lacerda de Figueiredo, entretanto, ainda não recebeu ofício solicitando informações, já que os autos estão com o Ministério Público.