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Dengue em BH: regionais Norte, Venda Nova, Nordeste e Pampulha lideram número de casos

Quatro das nove regiões da capital mineira são responsáveis por seis em cada 10 notificações; veja o ranking completo

Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7

Prefeitura intensifica ação em áreas com maior proliferação do Aedes aegypti
Prefeitura intensifica ação em áreas com maior proliferação do Aedes aegypti Prefeitura intensifica ação em áreas com maior proliferação do Aedes aegypti

Quatro das nove regionais de Belo Horizonte acumulam mais da metade (59%) dos casos confirmados e em investigação de Dengue na cidade nos três primeiros meses deste ano. São elas: Norte, Venda Nova, Nordeste e Pampulha. (Veja o ranking completo abaixo).

Dados da Secretaria Municipal de Saúde apontam que das 6.777 notificações, 4.008 foram registradas nestas áreas. A situação fez a prefeitura intensificar campanhas de conscientização e mutirões de limpeza nos bairros que compõem estas regionais.

Do total de casos da cidade, 5.726 ainda aguardam confirmação por exames e 951 moradores já tiveram diagnósticos positivos.

Eduardo Gusmão, diretor de Zoonoses da Prefeitura, explica que diferentes variáveis contribuem para cenário nas quatro regionais. Uma delas é o microclima, ou seja, as condições climáticas específicas daquela região.

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"Em termos históricos, o vetor norte tende a ter temperatura mais elevada que a parte da cidade mais próxima à Serra do Curral, ao sul. Além disso, é uma região mais baixa. Essa pequena variação de temperatura já interfere no ciclo de reprodução do mosquito Aedes aegypti", detalha.

Veja o ranking de casos confirmados e suspeitos de Dengue por regional em BH:

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Apesar da tendência histórica, Gusmão detalha que fatores como questões ambientais, cuidado com o meio ambiente e suscetibilidade da população que ainda não teve contato com o vírus também influenciam na velocidade em que a doença circula em determinados bairros.

Em 2019, na última epidemia de Dengue registrada no Estado, quando 116.546 pessoas foram infectadas apenas em Belo Horizonte, a regional Barreiro, localizada ao sul da cidade, foi a segunda com o maior número de casos: 18.676, atrás apenas da região nordeste, com 18.878 ocorrências.

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Por enquanto, os moradores do Barreiro têm um cenário diferente em 2023. A regional está em sexto lugar no ranking, com 544 casos confirmados e em investigação. Para o diretor de Zoonoses da cidade há, ao menos, três explicações.

"Não é uma resposta simples. Uma primeira hipótese é que o número de pessoas suscetíveis (ainda sem contato com o vírus e, logo, sem anticorpos), tenha reduzido na última epidemia devido ao número de infectados. Outra teoria é que a campanha de combate de 2019 tenha conseguido sensibilizar a população local de forma que mantiveram os cuidados até hoje. Mas também pode ser uma condição de microclima não favorável à reprodução do mosquito", indica.

"Quando se chega ao momento favorável ao mosquito, com chuva e calor, o número de criadores de larvas - tanto naturais quanto produzidos pelo homem - multiplicam-se. Nada impede de acontecer surtos em outras regiões que têm números baixos hoje. A atenção em termos de prevenção deve acontecer de forma integral", completa.

Controle da dengue

Uma das estratégias da prefeitura para monitorar a proliferação do Aedes aegypti é o uso do sistema Ovitrampas, que trata-se de armadilhas onde os insetos botam ovos. A cada 15 dias, equipes de Vigilância em Saúde recolhem os recipientes que se assemelham a potes de plástico e coletam o material colocado nele.

Prefeitura de BH usa ovimtrapas durante todo o ano
Prefeitura de BH usa ovimtrapas durante todo o ano Prefeitura de BH usa ovimtrapas durante todo o ano

São 1.800 unidades espalhadas pela cidade durante todo ano. Aquelas que têm mais ovos costumam indicar áreas com maior desenvolvimento do mosquito. "Com estes dados, podemos traçar as ações preventivas e de orientação", explica.

Levantamento do LIRAa (Levantamento Rápido de Índices para o Aedes aegypti) aponta que 83% dos focos de larvas estão em casas. Os principais criadouros são:

- Vasos de plantas;

- Materiais inservíveis (que já deveriam ter sido destinados ao descarte);

- Utensílios domésticos.

Em caso de sintomas de Dengue em Belo Horizonte, a orientação da prefeitura é que o paciente procure o posto de saúde mais próximo de casa. "Ela não deixa de ser uma doença traiçoeira. Com qualquer tipo de sintoma, a avaliação médica é fundamental", pede Eduardo Gusmão.

A reinfecção da dengue pode ser mais perigosa? Infectologista tira dúvidas:

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