Família denuncia assassinato em enterro de jovem morta com arma de ex-namorado militar
Policial, que a levou para o hospital, afirma que Natalia Correia cometeu suicídio
Minas Gerais|Enzo Menezes, do R7
Foi enterrado às 11h deste domingo (9) o corpo da jovem Natalia Aparecida Correia, 23 anos, morta com um tiro disparado da arma de militar da Rotam no bairro Santa Mônica, em Venda Nova, na tarde de ontem. Ela foi velada no Parque Renascer, em Contagem, na Grande BH.
O policial, que a levou para o Hospital Risoleta Neves, afirma que ela cometeu suicídio. A família, porém, rejeita esta versão e afirma que a jovem foi assassinada pelo ex-companheiro porque não queria retomar o relacionamento. O militar Renato Reis dos Santos (nome divulgado pela família) teria flagrado Natalia Correia com outro homem há um mês.
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O militar se apresentou espontaneamente à Polícia Civil, foi ouvido e liberado. De acordo com o delegado de plantão, Rodrigo Monteiro, ele disse que a garota tomou sua arma e disparou contra a própria cabeça. O delegado colheu material para exame de resíduo de pólvora nas mãos do militar e da vítima, e espera o laudo pericial da cena do crime. O militar pode voltar normalmente ao trabalho nesta semana.
Família denuncia assassinato
De acordo com Jaqueline Correa, irmã da vítima, a versão de suicídio é absurda.
— Ela tinha terminado, ele foi lá em casa ontem e ficou pedindo pra ela voltar, eles ficaram discutindo. Eu saí de casa e, quando voltei, meu irmão disse que o Renato ligou dizendo que a Natalia tinha dado um tiro na cabeça, na casa dele. Ela não gostava dele, não tinha nenhum motivo para se matar. O Renato pegou minha irmã com outro homem na cama há um mês e não fez nada. Ele esperou ela esquecer para fazer isso.
Segundo a irmã, o casal ficou junto por três anos, entre términos e reconciliações.
— Ela gostava de luxo, roupa de marca, e ele bancava essas vontades, era cômodo ficar com ele. Mas não gostava dele, não tinha motivo para tirar a própria vida por causa dele.
PM não descarta hipóteses
A Polícia Militar não descarta nenhuma destas hipóteses, segundo o tenente-coronel Alberto Luiz. A corporação não investigará o caso, já que ele estava de folga.
— Não vamos nos precipitar em afiançar nada. Como não é crime militar, o caso tem que ser apurado pela Polícia Civil para ser esclarecido o que realmente aconteceu. O relato é que ele teria deixado sua arma dentro de casa, ela teria sido municiada pela namorada e ele. ao se deparar com o fato, a socorreu para o hospital. A PM apreendeu a arma e preservou o local para a perícia.
A Polícia Militar não confirmou o nome do suspeito, mas afirmou que serve há 15 anos na corporação.