A família de uma idosa está revoltada com a prisão da aposentada de 88 anos em Caxambu, no sul de Minas. A polícia apreendeu tabletes de maconha na casa de Maria Aparecida Izidoro no dia em que o neto dela, que tinha envolvimento com o tráfico, foi assassinado. Com base no depoimento do bisneto, de apenas cinco anos, a Polícia Civil considerou que ela tinha conhecimento do crime e determinou a prisão por associação ao tráfico. O juiz Rafael Ferreira Moreira negou a liberdade provisória e desde então Maria Aparecida divide a cela com outras detentas. A família afirma que a aposentada tem se desesperado na cadeia, com problemas de diabetes e crises de choro, e reforça que é inocente. Wagner Pedro da Silva Isidoro, 24 anos, foi morto a tiros há uma semana dentro da casa da avó. Militares apreenderam um tablete de maconha ao lado do corpo. No dia seguinte, pediram para revistar a casa e descobriram um caderno com anotações do tráfico. Em depoimento, Maria Aparecida Isidoro negou que soubesse das atividades ilícitas.Leia mais notícias de Minas Gerais no Portal R7 O filho de Wagner, de apenas cinco anos, também foi levado para depor e teria dito que a bisavó o ajudava a vender drogas. Consta informação parecida no depoimento da namorada da vítima, mas ela negou à reportagem que tivesse prestado o depoimento. Luiz Cândido Izidoro, filho de Maria Aparecida, teme pela saúde da aposentada. — Perguntaram se ela tinha conhecimento que meu sobrinho traficava, ela negou. Se ela tinha participação, ela negou. Tenho um medo muito grande de que ela venha a falecer dentro do presídio. Lá tem que tomar banho frio, não tem água quente. Outro filho, João Izidoro, denuncia o suposto erro da polícia e do judiciário. — O que revolta é saber que eles calcularam uma coisa que a gente não sabe como, e minha mãe está presa, tomando banho frio com as prisioneiras, com 88 anos. Não poder sair nem para ver o enterro do neto, está jogada lá dentro como se fosse uma marginal. O advogado Amarildo Batista defende a anulação do depoimento da criança. — O menino tem cinco anos, o depoimento dele precisa ser anulado. O juiz foi procurado pela reportagem, mas se negou a dar entrevista.