Goleiro Bruno tomou calmantes sem receita, afirmam autoridades
Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) investiga como ele teve acesso aos remédios; hipótese de tentativa de suicídio é apurada
Minas Gerais|Márcia Costanti, do R7 MG
Após boatos de que o goleiro Bruno Fernandes de Souza teria tentado suicídio na penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Grande BH, na noite de ontem (22), a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), informou que o jogador passou mal ao tomar dois comprimidos de calmante, Clonazepam e Diazepam, sem receita. Bruno sentiu um mal estar na cela e foi socorrido por agentes penitenciários. A informação reforçaria a tese de tentativa de suicídio, já que os dois medicamentos, indicados como sedativo para crises de ansiedade e insônia, poderiam causar a morte do jogador em caso de hiperdosagem.
Ainda segundo o órgão, a penitenciária instaurou um procedimento interno para apurar as circunstâncias em que os medicamentos chegaram ao detento. Depois de ser atendido na enfermaria, o atleta passa bem. Ele foi liberado para tomar banho de sol nesta quinta-feira (23) e voltará a receber visitas no fim de semana, depois de ter tido o direito suspenso após se envolver em uma confusão no presídio.
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Procurado, o advogado do jogador, Lúcio Adolfo, alegou que não tem conhecimento de que Bruno faz uso de medicamentos calmantes. Ele reforçou o que já havia relatado mais cedo e contou que o cliente apenas passou mal e se acidentou dentro da cela.
— A informação que a diretoria do presídio me passou é que ele teve um mal estar e machucou a testa, nada demais, sem gravidade, não levou pontos nem nada. Isso é tudo boato. Infelizmente, se o Bruno espirrar, ele vira notícia.
Adolfo ressaltou ainda que em breve o jogador deve voltar a trabalhar no presídio, na fábrica de vassouras.
— Ele já retornou na normalidade da rotina dele, vai poder voltar a trabalhar, está tranquilo.
Histórico
Esta não é a primeira vez que um boato de tentativa de suicídio cerca o goleiro. Em 22 de novembro do ano passado, durante o primeiro julgamento do caso Eliza Samudio, a informação de que o jogador tinha tentado se matar agitou o Fórum Pedro Aleixo, em Contagem, na Grande BH. Com a confusão, os portões do local tiveram que ser fechados até que a informação fosse apurada e a situação normalizada.
O goleiro cumpre pena de 22 anos e três meses de prisão pela morte de Eliza Samudio. Ele foi condenado pelo crime no último mês de março.