Homem inocente tem foto divulgada em rede social como estuprador
Verdadeiro criminoso já foi detido, mas imagens continuam circulando na internet
Minas Gerais|Do R7 com Record Minas
Um homem inocente foi confundido com um suspeito de abuso sexual ocorrido em Governador Valadares, na região sul de Minas Gerais, e o boato foi parar na internet. Fotos do homem foram divulgadas nas redes sociais. A polícia já afirmou que ele não tem envolvimento no crime mas, segundo Kleidson Amaral, a confusão já causou muitos problemas pra ele e toda a família.
O supervisor técnico de uma empresa de telefonia e pai de família está sendo confundido com um suspeito de tentativa de estupro e um abuso consumado. No último domingo (26) os policiais estiveram na casa do homem, já que o carro usado no crime e o de Amaral eram de modelos parecidos e ambos escuros. Ele negou qualquer envolvimento no crime.
— No domingo (26) de manhã a polícia esteve na minha casa e perguntou a minha rota. Eu falei os locais onde eu tinha passado. Me perguntaram se eu havia emprestado o carro para alguém. Eu falei que não. Na segunda-feira (27) de manhã eu fui abordado por outra viatura novamente e fizeram a mesmas perguntas e me liberaram.
Na segunda abordagem, pessoas que passavam pelo local ouviram as perguntas dos policiais e tiraram fotos de Amaral. As imagens foram publicadas nas redes sociais identificando-o como estuprador. De acordo com a Polícia Civil, a vítima dos abusos já afirmou que este não é o criminoso, já que ele seria negro e teria o cabelo raspado. Além disso, o carro de Amaral tem quatro portas enquanto o veículo usado no crime tem apenas três.
O verdadeiro responsável pelo estupro foi detido na manhã desta quinta-feira (30). Mesmo com o problema resolvido, as fotos continuam circulando, o que provocou danos para o supervisor técnico.
— Minha mãe me ligou super preocupada, chorando, passou mal porque a conversa chegou antes que eu comunicasse a ela.
Para o advogado da vítima Pedro Liberato, a forma de abordagem da PM foi inadequada. Ele afirmou ainda que as pessoas que divulgaram o conteúdo na internet serão punidas.
— Eu acho que essa abordagem deveria ter sido feita mediante intimação ou chamando-o a um lugar mais reservado ou até mesmo conduzi-lo a delegacia.