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Juíza do caso Eliza Samudio vai escrever livro sobre júri de Bruno

Marixa Fabiane Lopes não revela, no entanto, qual será a abordagem da obra

Minas Gerais|Márcia Costanti, do R7 MG

Conhecida pelo pulso firme, a juíza se definiu como "uma mulher como qualquer outra"
Conhecida pelo pulso firme, a juíza se definiu como "uma mulher como qualquer outra"

Os bastidores da série de julgamentos do caso Eliza Samudio, que tiveram repercussão em todo o Brasil podem, em breve, ganhar as livrarias. Este é o projeto futuro da juíza Marixa Fabiane Lopes, responsável por presidir o júri popular que condenou o goleiro Bruno Fernandes pela morte da modelo. A informação foi dada pela magistrada durante o programa de rádio Observatório Feminino e confirmada por ela ao R7 MG por meio da assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de Minas Gerais.

Marixa admitiu que pretende relatar em um livro, ainda sem previsão de lançamento, parte do que viveu durante os três julgamentos que condenaram quatro pessoas envolvidas na trama que terminou com a morte de Eliza. A juíza, no entanto, ainda não revela o que pretende abordar na obra e não quer se pronunciar sobre o assunto.

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Estupro e condição feminina


Marixa foi convidada do programa Observatório Feminino do dia 9 de junho para debater abuso sexual contra mulheres e a insatisfação do sexo feminino com o casamento nos dias de hoje. Conhecida pelo pulso firme que manteve durante o processo, ela falou um pouco sobre sua rotina fora do Tribunal do Júri, em Contagem, na Grande BH. Mãe de três filhos, "que requerem muita atenção", ela afirma que se transforma quando veste a toga, traje característico dos juízes.

— Sou uma mulher como qualquer outra, que se preocupa com o que as crianças vão comer no almoço, mas aí depois vai para o fórum trabalhar. Quando visto a toga, só me preocupo com o que está ali sob minha responsabilidade.


Durante o programa, a juíza afirmou que considera o estupro "uma patologia, um crime degradante" e acredita que grande parte dos agressores ainda estão nas ruas porque as vítimas têm medo de denunciar. Marixa ressaltou que mesmo o "importunamento sexual", ou seja, quando o estupro não se concretiza, deve ser combatido. A magistrada condenou ainda mulheres que têm conhecimento de que os filhos são abusados e se mantêm em silêncio.

Outro tema abordado na discussão foi o resultado de uma pesquisa que apontou a insatisfação feminina com o casamento. Uma das principais causas seria a diferença com que homens e mulheres enxergam o matrimônio. Marixa ressaltou o "forte stress" gerado pelo acúmulo de tarefas da mulher moderna e a falta de apoio dos homens com as esposas.

— A mulher hoje em dia tem jornada tripla: tem que ser mãe, cuidar do casamento e do seu trabalho. Isso aliado ao egoísmo dos homens, que são seres egoístas por natureza, gera a insatisfação. É necessário que os casais encontrem um equilíbrio para tudo.

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