Julgamento de policiais acusados de matar comerciante é retomado em Vespasiano (MG)
Durante operação para prender assaltantes, militares acabarem matando uma civil
Minas Gerais|Thaís Mota, do R7
Foi retomado às 9h desta quarta-feira (16) o julgamento de seis policiais militares acusados de matar uma comerciante e de tentativa de homicídio de outras duas pessoas durante operação na MG-010, em Pedro Leopoldo, na região metropolitana de Belo Horizonte. O júri popular acontece no Tribunal do Júri de Vespasiano, também na Grande BH, e a sessão de hoje teve início com as alegações da promotora Marina Kattah.
Após a explanação da representante do Ministério Público, será a vez da defesa dos réus também apresentar seus argumentos. E após a fase de réplica e tréplica, os sete jurados que formam o Conselho de Sentença se reunirão para decidir se os policiais serão condenados ou absolvidos.
Na tarde de terça-feira (15), os seis réus foram ouvidos e alegaram que estariam perseguindo os suspeitos de um assalto e que, durante a operação, houve troca de tiros entre os policiais e os bandidos. Entretanto, todos alegaram que estava escuro e que não teriam percebido a presença de civis no local.
Em determinado momento, os criminosos teriam batido o carro em um poste e desceram do veículo atirando contra os policiais, que também revidaram. Foi nesta hora que três civis foram baleados, sendo que Ana Paula Nápoles da Silva morreu no local.
Segundo o militar Edson Simonal Martins, um dos réus que está sendo julgado, houve falha de comunicação entra os diversos policiais que atuavam na operação. Além dele estão sentados no banco dos réus José Luiz da Silva, Marcílio Ramos Correa Vieira Júnior, Robson Balbino Leonardi, Claudinei Cassemiro e Renato Loscha.
Entenda o caso
Em fevereiro de 2004, policiais militares pararam dois carros na MG-010 para usá-los como bloqueio a três suspeitos de roubo em fuga. Os motoristas foram orientados a se esconder em um matagal próximo. Durante a abordagem, os assaltantes correram para o mesmo lugar e os policiais abriram fogo. Ana Paula Nápoles da Silva morreu na hora. Outro motorista, M.S.A., e um dos suspeitos, J.N.S., foram baleados e sobreviveram. Como os suspeitos estavam desarmados, a Justiça considerou que os tiros partiram dos militares.