Uma língua batizada de camaco é usada por moradores de Itabira, na região central de Minas Gerais, para a comunicação entre os nativos. No idioma, o truque é mudar os fonemas das sílabas de lugar. A palavra banana, por exemplo, vira nabana.
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A brincadeira agora é uma forma de comunicação consolidada na cidade, como conta o músico Carlos Cabeça.
— Na verdade a grande lógica da historia é a gente ir para outros lugares, sentar em uma mesa e se quiser falar alguma coisa que a pessoa da mesa do lado não possa entender a gente conversa em camaco.
A origem do camaco é desconhecida, cada morador conhece uma versão. Para a administradora Selma Duarte a linguagem veio como uma herança.
— Eu aprendi com o meu pai que aprendeu com o pai dele. Ele me dizia que quando os ingleses chegaram em Itabira há muitos anos eles traziam a língua deles e as pessoas aqui não entendiam. Como uma forma de resistência decidiram inventar uma língua, começarama a falar e isso foi se disseminando.
Já o aposentado Osvaldo Setembrino tem outra versão.
— Isso começou há muito tempo. Não existe um relato oficial da origem dessa linguagem. Pelo o que se sabe, isso vem desde o principio na mineração. Não tinha um nome para dar e acharam que macaco falaria assim se falasse.
Os moradores de Itabira usam o camaco para conversar, cantar e até mesmo declamar poemas. Veja como ficam os versos na língua inventada de "No meio do caminho", de Carlos Drummond de Andrade, ilustre filho da cidade mineira:
No eimo do maquinho nhitia uma drepa
Nhitia uma drepa no eimo do maquinho