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Mãe de menino morto na Grande BH era impedida de ver os filhos, denuncia família

Parente diz que a mulher vivia em uma chácara à qual as crianças eram recolhidas; ela seria a mãe dos meninos abandonados em BH

Minas Gerais|Pablo Nascimento e Vinícius Araújo, da Record TV Minas

Kátia relatou em carta que teria chegado à chácara após convite de trabalho
Kátia relatou em carta que teria chegado à chácara após convite de trabalho Kátia relatou em carta que teria chegado à chácara após convite de trabalho

A família da mulher presa sob a suspeita de ter matado o filho por maus-tratos em São Joaquim de Bicas, na Grande BH, diz que a investigada estaria vivendo em um local em que ela era impedida de ter contato com os filhos durante o dia.

"Pelo que fiquei sabendo, as crianças eram tomadas dela pela manhã e só eram entregues à noite. Isso era constante", conta o marceneiro Kerison Robes, irmão da detida.

Kátia Cristina Alves Robes, de 30 anos, vivia com os filhos em um terreno compartilhado com outras famílias, na cidade da região metropolitana de Belo Horizonte. A jovem teria chegado ao local a convite da proprietária, que ela conheceu na rodoviária de Belo Horizonte e que também teria lhe oferecido trabalho.

"Soube que ela foi abordada por essa senhora e que, nessa chácara, a conversa foi totalmente diferente do que havia sido informado para ela no exato momento, mas não sei o que foi falado para ela", relata Kerison.

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Ainda há relatos de que as crianças eram vistas trabalhando na região. "Fui informado que foram vistas crianças por volta das 5 horas da manhã carregando lenha. A mãe não era vista. Somente as crianças", detalha.

Kátia é natural de Gama, no Distrito Federal, e estava sem contato com a família. O marceneiro, que mora em Goiás, descobriu o paradeiro da irmã ao saber da prisão dela pela imprensa, no início deste mês.

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O homem conta que foi informado sobre uma carta escrita por Kátia na prisão. Nela, a mulher teria contado que, desde que perdeu o contato com a família, viveu em Goiás, Piauí e Januária (MG). Ela teria fugido com o marido depois que ele sofreu um atentado em Goiás. Kerison não sabe a motivação do ataque. Na época, Kátia estava grávida e tinha outros quatro filhos pequenos.

"Fui informado que, quando ela foi dar à luz, ao retornar para a chácara, o esposo havia morrido de Covid-19. Não relataram para nós o paradeiro dele, onde ele foi enterrado e nem nada. Ela [Kátia] teve que se conformar com os fatos", denuncia o parente.

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Localização dos filhos

Kátia foi presa no dia 6 de fevereiro, ao levar Emanuel Alves Robes, de 4 anos, à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da cidade. O paciente apresentava sinais de desidratação e tinha o pé quebrado, o olho roxo e escoriações no tórax. Ele morreu horas depois.

Um homem de 31 anos, que estava com Kátia no hospital, também foi preso. A mulher disse que ele era namorado dela, mas o detido negou a relação. Segundo Kerison Robes, o homem é o filho da mulher que seria a dona do terreno.

À época, apenas dois dos filhos de Kátia, de 1 e 2 anos, foram encontrados na casa da família e levados para o Conselho Tutelar. Os dois mais velhos continuavam desaparecidos, mas, segundo um boletim de ocorrência registrado pela PM (Polícia Militar), os sumidos seriam os meninos de 6 e 9 anos encontrados trancados dentro de um apartamento nesta terça-feira (22), em Belo Horizonte. Vizinhos denunciaram a presença das crianças sozinhas no local por ao menos três dias.

Os garotos relataram à PM que foram levados para o imóvel pela avó de criação. Eles estavam desnutridos e febris.

A polícia cruzou os fatos ao verificar outro boletim de ocorrência registrado por Kerison Robes, no último sábado (18), em que ele denunciava o desaparecimento dos sobrinhos. O marceneiro veio a Minas Gerais em busca dos garotos, após ter se informado com a irmã sobre o ocorrido. Ele pretende levar os sobrinhos com ele, para Valparaíso de Goiás (GO).

"A preocupação maior é com as outras crianças. Eu sei onde minha irmã está. O meu sobrinho Emanuel não volta mais", detalha.

Os dois garotos que estavam no apartamento foram levados para o hospital e devem ser encaminhados ao Conselho Tutelar após ganharem alta médica.

Procurada, a Polícia Civil informou que está investigando a ocorrência de abandono de incapaz registrada nesta terça-feira, no bairro Lagoinha, na região noroeste de Belo Horizonte. A corporação informou que investiga a mulher citada pelo irmão de Kátia. A reportagem tenta contato com a defesa da detida.

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