Mineiros começam a fazer tatuagens com alertas de doença
Pessoas com diabetes tentam se proteger indicando diagnóstico para caso de emergência
Minas Gerais|Enzo Menezes, do R7
Desenhos tribais, bichos, nomes e ideogramas têm ganhado companhia inusitada na hora de escolher uma tatuagem. O movimento já é percepítvel nas ruas de Belo Horizonte: pacientes com diabetes trazem o nome da doença tatuada no corpo por medo de desmaiar e receber medicação inadequada por falta de alerta para a doença.
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A comerciante Mércia Pacheco tatuou o nome do diabetes no braço após uma crise em janeiro de 2012 em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte.
— Estava no [bairro] Eldorado quando passei mal e caí na rua por causa da baixa de insulina. Poderia receber a medicação errada. Por sorte, a enfermeira do Samu viu a medalhinha que tinha no pescoço dizendo que era diabética.
A própria médica sugeriu a tatuagem.
— Como estava com medo de passar mal na rua, a própria médica perguntou por que eu não tatuava.
Amanda Santana, 32 anos, é dona de um pub na Savassi, em Belo Horizonte. Há um ano pensou em um desenho que alertasse para a medicação e procurou o estúdio de tatuagem. Com a informação sobre o diabetes tipo 1 (que depende de insulina), o símbolo da doença e seu tipo sanguíneo, tatuou uma rosa no braço esquerdo.
— Tenho a carteira de identificação, mas até um médico chegar a ela, muita coisa pode ter acontecido. Com a correria de todo dia ou em uma viagem achei mais prático identificar pelo braço. Já vi outras pessoas com tatuagem parecida, é um alerta para o diabetes.
A tatuadora Renata Espinelly, 27 anos, confirma que os clientes têm tatuado nomes de doenças como forma de alerta.
— Não é uma tatoo que seja pedida com frequência, mas já fiz pelo menos três dessas. O objetivo é aliar a informação com outro desenho, pela estética e para mostrar que a pessoa pode conviver com isso.