Morre outro jovem que caiu de viaduto durante manifestações em BH
Óbito ocorreu na noite dessa quinta-feira, Dia Nacional de Lutas
Minas Gerais|Do R7 MG, com Record Minas
Outro jovem que caiu do viaduto José de Alencar, na Pampulha, durantes as manifestações realizadas em Belo Horizonte, morreu na noite dessa quinta-feira (11), Dia Nacional de Lutas. O óbito ocorreu depois que Luiz Felipe Aniceto de Almeida, de 22 anos, ficou internado por 19 dias no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, na região hospitalar da capital mineira.
O jovem caiu do viaduto durante confronto entre manifestantes e policiais nos arredores do Mineirão, no dia 22 de junho deste ano, quando foi realizada a partida entre México e Japão pela Copa das Confederações no estádio.
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Luiz Felipe é o segundo a morrer após cair do viaduto. Ao todo, seis pessoas sofreram a mesma queda desde o começo dos protestos em Belo Horizonte.
A primeira a receber a notícia sobre a morte do jovem foi a mãe dele. Segundo Maria Soares de Almeida, o filho morreu querendo um país melhor e exatamente no dia em que a filha dele completou um ano de idade.
Emocionada, Maria contou para repórteres que estava com Luiz Felipe no momento em que abriu um dos olhos pela última vez.
A primeira morte
Douglas Henrique de Oliveira Souza, de 21 anos, caiu do viaduto José de Alencar, na Pampulha, depois de tentar pular uma das vigas da estrutura e despencar em um vão da estrutura. O jovem chegou a ser socorrido por uma equipe do Corpo de Bombeiros e também encaminhado ao Hospital de Pronto-Socorro João XXIII. No entanto, Douglas Henrique não resistiu ao traumatismo craniano e perda de massa encefálica que sofreu com o impacto da queda e morreu na unidade de saúde no dia 26 de junho deste ano. O óbito foi confirmado após o jovem passar por cirurgia de cerca de cinco horas de duração.
Prevenção
Desde o registro dos primeiros acidentes no viaduto José Alencar, representantes da Polícia Militar de Minas Gerais foram questionados sobre uma possível prevenção de quedas da estrutura. Entretanto, de acordo com o tenente-coronel Alberto Luiz, chefe da comunicação da Polícia Militar de Minas Gerais, não foram encontrados meios viáveis de evitar os acidentes.
— Várias reuniões foram realizadas em conjunto com o Corpo de Bombeiros na tentativa de evitar as quedas. Durante um desses encontros, por exemplo, sugerimos fechar os vãos do viaduto com tapumes de madeira. No entanto, fomos lembrados pelos bombeiros que esse material poderia ser usado para agredir manifestantes pacíficos e policiais durante os confrontos, já que poderiam ser facilmente retirados por vândalos. Além disso, a madeira ainda poderia ser transformada em lenha, como ocorreu nessa quarta, quando alguns criminosos tiraram tapumes de concessionárias da avenida Antônio Carlos e usaram a madeira para dar mais força aos incêndios provocados em pelo menos dez estabelecimentos comerciais da mesma avenida.