Pai que adotou menina jogada na lagoa da Pampulha diz que filha é "maior alegria da vida"
Criança, na época com três meses, foi deixada na lagoa pela mãe biológica
Minas Gerais|Do R7 com Record Minas
— É uma menina saudável, tranquila, a menina mais alegre que eu já vi, uma criança amorosa, passa sempre nos primeiros lugares da escola, super inteligente, agradável.
As palavras são de um pai apaixonado que, devido às circunstâncias da história da filha, prefere não se identificar. Há quase oito anos, ele e a mulher conseguiram a guarda de uma criança que virou notícia em todo o País. A menina, na época com três meses, foi jogada pela mãe biológica na Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte. Ela foi resgatada com vida por vigias que passavam pelo local e ganhou uma nova família.
O processo de adoção correu em sigilo, devido à repercussão do ocorrido. O pai da menina conta que, ao ver a história da criança na TV, sabia que teria que fazer alguma coisa.
— Naquele momento bateu uma coisa dentro de mim e eu falei com a minha esposa: eu vou correr atrás. Graças a Deus deu tudo certo e hoje é a maior alegria da minha vida.
A mãe biológica da criança, Simone Cassiano, foi condenada em janeiro de 2007 por tentativa de homicídio. Ela já deixou a cadeia, mas encerrou o cumprimento da pena no último dia 24. Enquanto isso, afastada da mídia, a garotinha aproveita a vida no anonimato ao lado dos pais adotivos. Mesmo assim, a família já foi muito assediada pela imprensa, até mesmo do exterior, que chegaram a oferecer dinheiro para que fosse gravada uma série sobre a trajetória da menina, mas eles recusaram.
—O que eu quero é curtir a minha filha, como nós curtimos já, a família toda.
A criança sabe que foi adotada — ela teve acompanhamento de psicólogo para receber a notícia — mas ainda é muito pequena para entender tudo que aconteceu. A psicóloga Simone Flores ressalta que o melhor mesmo, acima de tudo, é falar a verdade. O pai enumera elogios sobre a filha e garante que ela é a alegria da casa. Ele ainda incentiva outras famílias a adotarem.
— Ela é a maior felicidade da minha vida, então não existe diferença nenhuma. Eu acredito até que o amor dessas crianças [adotadas], é maior do que você imagina, o amor que você sente por essa criança é infinito, então não tenha medo.
