Uma operação da PF (Polícia Federal) cumpriu 72 mandados judiciais, sendo cinco de prisão temporária, sete de conduções coercitivas, 21 de busca e apreensão e 36 de sequestro de bens, na manhã desta terça-feira (2) em Minas Gerais e nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina.
Segundo a PF, a Operação Desidrato visa desarticular uma quadrilha formada por médicos, profissionais da saúde e representantes da indústria farmacêutica de próteses cardíacas, que simulam procedimentos com o objetivo de desviar verbas do SUS (Sistema Único de Saúde), em Minas.
De acordo com as investigações, a organização criminosa agia falsificando documentos para simular a realização de procedimentos cardiológicos em pacientes que não tinham necessidade da utilização de próteses e, em seguida, as peças era desviadas e usadas em cirurgias efetuadas em clínicas particulares integrantes do grupo.
Ainda conforme a PF, a empresa que produz as próteses pagava propinas aos médicos pela compra dos equipamentos. Geralmente, os valores variavam entre R$ 500 a R$ 1.000 por prótese e, por mês, o grupo chegava a receber até R$ 110.000.
Além disso, a polícia descobriu um caso em que os médicos cobraram pelo atendimento prestado na rede pública de saúde. Conforme as investigações, o paciente chegou a pagar a quantia de R$ 40.000 para ser atendido pelos médicos integrantes da quadrilha e morreu. Agora, a PF apura se a morte deste e de outros pacientes tem como causa os procedimentos similares que eram realizados pelos profissionais.
Foram presas cinco pessoas. Elas serão indiciadas pelos crimes de estelionato contra entidade pública, associação criminosa, falsidade ideológica, uso de documento falso, corrupção passiva, corrupção ativa e organização criminosa.