Chegada da lama mudou o cenário do litoral capixaba
Johnny Souza / Mídia Ninja / ReproduçãoA Prefeitura de Linhares, no Espírito Santo, interditou as praias de Regência e Povoação após a chegada da onda de lama proveniente da barragem de Fundão, que se rompeu no último dia 5 de novembro em Mariana, na região central de Minas Gerais. Os rejeitos viajaram 600 km em 17 dias e invadiram o litoral capixaba no último domingo (22).
O litoral nordeste capixaba, famoso por atrair mineiros no verão, agora está tingido pela lama com rejeitos de minério de ferro. De acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura, as praias estão impróprias para banho e, por isso, foram colocadas placas de aviso para impedir que os usuários tenham contato com a água. Ainda não há previsão para que a situação se normalize na cidade.
A prefeitura comunicou ainda que a lama mudou a cor do rio Doce e "trouxe muita preocupação ambiental e social". Ainda conforme a instituição, foram feitas obras de reforço da barragem do rio Pequeno, para garantir o abastecimento de água aos cerca de 120 mil habitantes. A Procuradoria do Município de Linhares entrou com ações legais contra a Samarco, mineradora responsável pela estrutura que desmoronou.
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Por ordem da Justiça, a Samarco retirou bancos de areia na foz do rio Doce para facilitar a passagem dos rejeitos para o mar. Nove mil metros de boias foram instalados ao redor de áreas de preservação para evitar que a contaminação se espalhe. A Samarco anunciou a contratação de uma empresa com experiência no monitoramento de desastres para gerar imagens de alta resolução em tempo real a fim de dar um mapeamento preciso da região.
Tragédia
O rompimento da barragem devastou o distrito de Bento Rodrigues. Mais de 600 pessoas perderam tudo na tragédia. Até o momento, oito corpos já foram identificados e outros quatro permanecem no IML (Instituto Médico Legal). Doze pessoas continuam desaparecidas desde o dia da tragédia.