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Problemas psiquiátricos crescem entre moradores de Brumadinho (MG) após tragédia

Estudo da UFMG mostra alta no número de diagnósticos entre a população atingida pelo rompimento da barragem, em 2019

Minas Gerais|Ana Gomes, Do R7

Tragédia tirou a vida de 270 pessoas
Tragédia tirou a vida de 270 pessoas Tragédia tirou a vida de 270 pessoas

Um estudo realizado pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) revelou um alto número de casos de problemas psiquiátricos entre os moradores de Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, após o rompimento da barragem de rejeitos, ocorrida em 2019.

De acordo com o levantamento, que ouviu a população entre os meses de junho e dezembro de 2021, os sintomas depressivos ocupam o primeiro lugar de incidência, com 29,3%. Em seguida, aparecem os transtornos de estresse pós-traumático, com 22,9%, e a ansiedade, com 18,9%. Entre os entrevistados, mulheres, idosos, moradores da área mais próxima à mineração e pessoas com escolaridade de nível médio apresentam alta prevalência desses problemas.

Segundo professores da instituição, esses grupos estão mais vulneráveis ao adoecimento mental, que é mais comum quanto maior for a exposição à tragédia. “A vida ameaçada, a destruição de sua casa ou perder alguém querido são situações comuns em desastres, e esses momentos são traumáticos para as pessoas”, apontou Maila de Castro, do Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Medicina.

Outro detalhe chamou a atenção dos pesquisadores: a semelhança dos dados dessa pesquisa com a alta incidência de diagnósticos de depressão em Mariana, cidade mineira que também foi atingida pelo rompimento de uma barragem, em 2015. No município, o número de casos chegou a 28,9%, dado cinco vezes maior que o relatado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) na população brasileira no mesmo ano do desastre.

Os professores também destacaram que o estudo foi feito durante a pandemia de Covid-19, período em que houve altas taxas de diagnóstico de transtornos psiquiátricos por causa do isolamento na época. Esse cenário pode ter impactado também os casos em Brumadinho.

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