Promotora pede absolvição de militares acusados de tentativa de homicídio na MG-010
Uma mulher morreu e outras duas vítimas ficaram feridas durante a ação policial
Minas Gerais|Do R7
A Promotora de Justiça Marina Kattah pediu a absolvição dos seis policiais militares acusados de matar uma comerciante por engano durante um bloqueio na MG-010, em 2004. Outras duas pessoas ficaram feridas no incidente. A representante do Ministério Público apresentou suas alegações na manhã desta quarta-feira (16), terceiro dia de julgamento dos réus.
A sessão, que acontece no Tribunal do Júri de Vespasiano, na Grande BH, começou os trabalhos por volta de 9h. Para a promotora, os policiais agiram em legítima defesa, já que pretendiam acertar assaltantes em fuga que passavam pelo local. Ela explicou que "por um erro de execução", pessoas alheias ao fato foram atingidas. Ainda conforme Karina, houve troca de tiros entre PM e bandidos no bairro Morro Alto, mas os suspeitos conseguiram escapar e, por isso, foi montado o bloqueio na rodovia, onde ocorreu o tiroteio.
Depois que encerrou sua fala, foi a vez do assistente de acusação Geraldo Guedes, apresentar seus argumentos. O advogado discordou do pedido da promotora e alegou que não havia motivo para disparar contra os criminosos que, segundo ele, haviam roubado apenas um toca-fitas. Para Guedes, os militares são responsáveis pela morte da comerciante, já que os ladrões não estariam armados e, portanto, os tiros partiram das armas da guarnição.
Por volta de meio-dia, a sessão foi suspensa para almoço e deve ser retomada a partir de 13h. A sentença deve sair ainda hoje.
Entenda o caso
Em fevereiro de 2004, policiais militares pararam dois carros na MG-010 para usá-los como bloqueio a três suspeitos de roubo em fuga. Os motoristas foram orientados a se esconder em um matagal próximo. Durante a abordagem, os assaltantes correram para o mesmo lugar e os policiais abriram fogo. Ana Paula Nápoles da Silva morreu na hora. Outro motorista, M.S.A., e um dos suspeitos, J.N.S., foram baleados e sobreviveram. Como os suspeitos estavam desarmados, a Justiça considerou que os tiros partiram dos militares.