O Sindicato dos Agentes Penitenciários de Minas Gerais acredita que a ordem de roubar 45 armas da Central de Escoltas de Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte, tenha partido de detentos. Os presos foram remajenados recentemente da Grande BH para presídios no sul de Minas e o roubo teria sido uma forma de retaliação.
De acordo com o presidente do sindicato, Adeilton Rocha, quem planejou o crime teve acesso a informações privilegiadas.
— Quem planejou detinha um conhecimento da vulnerabilidade daquele local. Aquele não é um local adequado para ser uma Central de Escolta, um lugar que tem uma quantidade de arma como aquele. O erro começou aí.
Um dos agentes penitenciário que foi dopado durante a ação conta que comeu alimentos manipulados dentro da Penitenciária Dutra Ladeira.
— Fiquei sonolento, fiquei mal. Parecia febre.
O funcionário denuncia que detentos ajudam a preparar as refeições.
— O fato de eles “conhecer” lá facilitou muito, porque o cara tem acesso à comida, então sabe como tudo é.
De acordo com o agente, o roubo das 39 pistolas calibre .40 e das seis submetralhadoras teria sido planejado por uma facção criminosa de São Paulo que atua nas cadeias mineiras.
— Tem facção que tem várias raízes e eles atacam no sul de Minas.
A Seds (Secretaria de Estado de Defesa Social) nega a versão. Nessa segunda-feira, o Governo do Estado criou uma força-tarefa para apurar o roubo da munição e das armas levadas pelos criminosos. Nove agentes foram afastados do cargo até que a investigação seja concluída. Os funcionários dopados fizeram exames toxicológicos e prestaram depoimento.