UFMG processa 198 estudantes de direito por trote racista
Alunos do Centro Acadêmico e do 1º e 2º períodos vão responder a processo administrativo
Minas Gerais|Enzo Menezes, do R7 MG
A diretoria da Faculdade de Direito da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) divulgou nesta terça-feira (9) portaria que instaura processo administrativo contra 198 estudantes da unidade. A decisão foi tomada na última quarta-feira (3).
A portaria número 059/2013 foi o resultado de uma sindicância aberta para apurar informações sobre o trote promovido no último dia 15 de março. O acontecimento se tornou uma polêmica pelas menções ao nazismo e à escravidão realizadas.
De acordo com a portaria, 67 estudantes do segundo período de Direito vão ser processados por terem aplicado o trote, 99 do primeiro período sofrerão processo por terem participado do trote e 32 membros da Diretoria do Centro Acadêmico Afonso Pena (CAAP) serão processados por terem distribuído ou vendido bebidas alcoólicas na ocasião.
O vice-diretor da Faculdade de Direito da UFMG, Fernando Gonzaga Jayme, confirma que foram confirmadas "práticas incompatíveis com a dignidade universitária".
— Todos os 198 alunos terão assegurado o direito de ampla defesa. Certamente a punição será diferenciada, cada um vai responder na medida de sua responsabilidade. [As atitudes tomadas no trote] comportam diversos graus de agressão.
Uma comissão será a responsável por apurar os fatos e escrever um relatório final sobre os processos administrativos aplicados, com um prazo de até 60 dias, a partir da data de publicação da portaria.
Controvérsia
Apesar do trote ter ganhado repercussão devido à carga histórica trazida à tona, palavras como "nazismo" e "racismo" não constam na portaria publicada. Os estudantes foram punidos apenas por envolvimento com o trote e/ou com bebidas alcoólicas no campus.