Vigia achava que mãe queria envenená-lo, diz Polícia
Ministério Público orientou a procurar o CAPs, mas Damião Santos não fez tratamento
Minas Gerais|Ana Gomes, Do R7
O chefe da Polícia Civil de Montes Claros, Renato Nunes Henriques, disse que o vigia que ateou fogo em alunos de uma creche de Janaúba, no norte de Minas Gerais, sofria delírios e agia como se fosse perseguido. A informação foi divulgada em coletiva de imprensa realizada no final da manhã, desta sexta-feira (6), em Janaúba.
Segundo Henriques, o vigia de 50 anos procurou o MP (Ministério Público) alegando que era perseguido pela própria mãe e ela estaria envenenando seus alimentos. Damião Soares Santos foi orientado pelo MP a procurar a Caps (Centro De Atenção Psicossocial), mas não compareceu e não realizou o tratamento.
Ainda de acordo com o chefe da Polícia Civil, o vigia sofria de delírio persecutório, mas que a enfermidade não tem relação com o ataque. “No momento da ação, ele tinha plenamente a consciência do ato que estava cometendo. Não estava surtado, estava em sã consciência, premeditou o ataque”, afirmou.
O Prefeito de Janaúba, Carlos Isaildon Mendes, disse na coletiva que Santos era vigia noturno da creche desde 2008, que não tinha contato direto com as crianças . Santos estava de férias e havia retornado ao trabalho na segunda-feira (2). Cumpria a jornada de 12 horas por 36 e não compareceu na quarta-feira (4). A diretora entrou em contato com o vigia na quinta (5) para saber o motivo da falta. Ele foi até o local levar um atestado médico, quando realizou o ataque.
Mendes ainda pontuou que nenhuma autoridade poderia desconfiar da atitude do vigia e que trata-se, portanto, de uma tragédia imprevisível.
Além do chefe da Polícia Civil e do prefeito, concederam entrevista o Secretário de Estado e Planejamento e Gestão, Helvécio Magalhães, a Secretária Municipal de Saúde, Cecília Meireles Freitas, o Diretor Técnino do Hospital Fundajan, Helvécio Albuquerque, o Coronel do Corpo de Bombeiros, Klevson Pires Martins, e o Promotor de Justiça Jorge Victor Barreto Cunha.