A defesa de dois homens acusados de integrarem um grupo de extermínio alega que as vítimas teriam atirado uma contra a outra. O ex-cabo da Polícia Militar Rodney Balbino Leonardi, o Robocop, e seu irmão Robert Balbino Leonardi, o Betinho, estão sendo julgados em Belo Horizonte por tentativa de homicídio contra duas pessoas em agosto de 2009 no município de São José da Lapa, na Grande BH.
De acordo com o advogado de defesa, Marcos Antonio Souza, não haveria provas suficientes para condenar seus clientes.
— Na verdade são as duas vítimas que dispararam uma contra a outra. É um absurdo o que a denúncia apresenta. Esse processo é mais impressão que prova.
Apenas uma das vítimas compareceu para ser ouvida. Segundo J.L.R.M., os dois réus tinham envolvimento com o tráfico de drogas. Ele negou ter qualquer desentendimento com os acusados. M. confirmou que no dia do crime estava com D. R. R. ao local de uma festa e que o réu Betinho disparou vários tiros contra a outra vítima, que já teve desavenças anteriores com o autor dos disparos. Ainda de acordo com M., os disparos que recebeu partiram de armas dos dois réus.
Em depoimento, uma das testemunhas de Robocop disse que D.R.R, no dia do crime, comentou que estava "doidão" e iria dar uns tiros em alguém naquele dia. Depois, teria visto o rapaz com uma arma.
Ambos os réus negaram o crime. Leonardi alegou que não estava armado, pois já ia se aposentar e sua arma estava no batalhão. Já Betinho, informou que estava tomando um caldo na casa de uma mulher conhecida como “Ceará”.
R. e as testemunhas já prestaram depoimento por carta precatória em Vespasiano, região metropolitana de BH.
Robocop, que seria o líder do grupo, e Betinho estão presos desde fevereiro de 2011.
De acordo com o Ministério Público, os crimes ocorridos envolvem gangues criminosas ligadas ao tráfico de drogas em São José da Lapa e região. Por serem de grupos rivais, essas pessoas se enfrentam constantemente, numa “verdadeira guerra” pela disputa de pontos de venda de tóxicos.