Consulta pública pode mudar os rumos da placa de coleção dos carros antigos: entenda

A placa preta como os colecionadores conhecem deixou de existir com a placa Mercosul a partir de fevereiro de 2020. Sem o fundo preto, o reconhecimento por ter um carro original perdeu parte do seu brilho mas uma proposta que está em consulta pública pode alterar o rumo das placas usadas nos carros antigos.

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A Federação Brasileira de Veículos Antigos vem trabalhando para alterar o modelo das placas de coleção após reuniões e reivindicações dos mais de 200 clubes federados e colecionadores que participam de eventos em todo o país. A Secretaria Nacional de Trânsito (SENATRAN) abriu uma consulta pública para questionar sobre uma mudança de modelo nas placas que podem voltar a ter fundo preto sem perder, no entanto, a nova identificação já adotada pela placa Mercosul.

“A placa que foi criada sem uma consulta à nossa comunidade de antigomobilistas, agora pode mudar graças a diversos abaixo-assinados e agora a SENATRAN abriu uma consulta pública para opinarmos sobre essa mudança, assim como a opção de placas de tamanho reduzido para veículos importados como os norteamericanos mas é preciso engajamento para termos relevância nessa consulta pública para uma nova resolução”, diz Roberto Suga, presidente do Conselho Consultivo da FBVA, Federação Brasileira de Veículos Antigos.

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A consulta pública está aberta no site do SENATRAN até o dia 21 de novembro. Até o fechamento desta matéria pouco mais de 4.050 votos foram computados.

A opinião dos clubes de carros antigos

Os clubes de carros antigos são favoráveis a esta mudança. “Mostra que o governo ouviu as sugestões e reclamações dos antigomobilistas para voltar ao padrão com fundo preto. É válida a mudança e espero a volta mesmo que o padrão da placa Mercosul inclua uma letra entre os caracteres”, opina Helder Sobreda, presidente do Kombi Clube do Brasil.

Um colecionador que prefere não se identificar afirma que a medida é meramente "burocrática". "A concessão da placa preta deveria obedecer um critério rígido e uma avaliação meticulosa feita por um especialista mas virou comércio que alimenta pequenas empresas. A questão do fundo preto ou branco não muda em nada se essa prática continuar onde o dono do carro antigo compra a placa para o seu veículo que não é original", especula.

Comerciante de carros antigos, André Ribeiro Neto, da ZN Garage, acredita que a mudança dará certo se permitir que os carros antigos também circulem nos países do bloco. “Tem que ser algo amplo e eu gostaria que acontecesse. Seria legal voltar à placa preta como era antes”, opina.

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Na opinião do Clube do Mustang de São Paulo “É uma boa medida, desde que acompanhada de normas técnicas e fiscalização rígida”, diz Decio Zambrini, diretor do Clube, que se refere aos critérios para concessão da placa de coleção, que passa por uma avaliação rígida do veículo que deve ter, no mínimo, 80% de originalidade para receber a identificação.

Nem todos são favoráveis a esta proposta. “Eu acho interessante, mas como os outros países do mercosul não tem essa regulamentação, eu acredito que a proposta não deve vingar”, diz Julio Florez, do Jeep Clube do Brasil.

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Se a mudança tiver adesão, os carros antigos qualificados como originais terão uma nova identificação visual semelhante à antiga placa de coleção, o que rendeu o apelido de “placa preta”. Com o certificado de originalidade o carro antigo tende a valorizar mais e receber reconhecimento em prêmios e concursos por todo o país.