Bolsistas, residentes e terceirizados da Uerj ficam sem pagamento após suspensão de recursos
Segundo secretaria de Fazenda, o pagamento deve ser reagendado para a próxima semana
Rio de Janeiro|Do R7
O pagamento de bolsistas e residentes da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) e de funcionários de empresas terceirizadas foi suspenso pela Secretaria de Estado de Fazenda por falta de caixa. A informação foi divulgada em um comunicado da administração da universidade. De acordo com a nota, os recursos do Estado foram deslocados para o pagamento da folha de aposentados.
Segundo a instituição, esta suspensão afeta os residentes e bolsistas, além do pagamento de empresas terceirizadas. A previsão é de que os pagamentos sejam realizados a partir da próxima semana. A universidade afirmou ainda que, com o agravamento da crise no Rio de Janeiro, a universidade está realizando esforços para “sobreviver” e manter a normalidade da Instituição.
Uma proposta orçamentária em discussão na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) prevê a diminuição de recursos destinados às instituições de ensino superior do Estado. Na Uerj, a previsão é que sejam reduzidos 22% no custeio da universidade e 4% na área de investimento.
Outra instituição que sofre com a falta de recursos é a Uezo (Centro Universitário Estadual da Zona Oeste). A universidade funciona de forma improvisada no Instituto de Educação Sarah Kubitschek, já que o campus próprio prometido pelo governo não foi feito.
Vídeos feitos por alunos — assista abaixo — mostram banheiros interditados e cadeiras e mesas que precisam de reparo amontoadas no corredor. Segundo alunos, funcionários de limpeza são pagos pelos professores, que arrecadam dinheiro entre eles para manter o espaço limpo.
De acordo com Suedi Cortais, administrador da Uezo, a renovação do contrato temporário dos funcionários administrativos da instituição está em trâmite na Casa Civil. Segundo ele, caso a renovação não seja feita até o próximo dia 2, a universidade ficará impossibilitada de funcionar pela falta de funcionários.
Em nota, a Secretaria de Estado de Fazendo informou que “A forte retração da economia brasileira está gerando impactos significativos nas finanças de todos os estados. No caso do Rio de Janeiro, a situação é ainda mais grave por causa do forte peso do petróleo na economia do Estado. Em outubro, a arrecadação de tributos do Estado do Rio de Janeiro caiu, em termos reais, 16% em relação a igual mês do ano passado.
Inúmeras medidas têm sido tomadas para reduzir os efeitos da crise sobre as finanças fluminenses. Foram aprovados 11 projetos de lei na Alerj em nove meses, garantindo que os pagamentos dos servidores do Estado tenham ocorrido, até o momento, rigorosamente em dia, incluindo a primeira parcela do 13º salário. Já foram gerados R$ 12 bilhões em receitas extraordinárias no Estado em 2015, para cumprir os compromissos do governo com fornecedores e servidores. Todos os esforços estão sendo empreendidos para a geração de novas receitas.
A orientação do governador Pezão é de prioridade absoluta para o pagamento dos servidores ativos e inativos. Sendo assim, para garantir o deslocamento de recursos para o Rio Previdência, o pagamento dos fornecedores foi suspenso nesta semana e será retomado até o final deste mês”.
Veja vídeo: