Cinco testemunhas são ouvidas em julgamento de explosão de restaurante no centro do Rio em 2011
O Ministério Público denunciou 10 pessoas pelo episódio, incluindo o dono do estabelecimento
Rio de Janeiro|Do R7
Cinco testemunhas foram interrogadas nesta quinta-feira (16) a respeito do processo da explosão na cozinha do restaurante Filé Carioca, na praça Tiradentes, no centro do Rio, no dia 13 de outubro de 2011. Na ocasião, quatro pessoas morreram e 17 ficaram feridas.
Em novembro do mesmo ano, o Ministério Público denunciou dez pessoas pela explosão no local. No primeiro dia de julgamento, a esposa do proprietário do estabelecimento contou à juíza que tinha acesso às câmeras de segurança no restaurante - a mesma possuía monitoramento de casa através do computador. Ela também informou que não sabia que era proibido haver gás canalizado ou em botijões no local e que o estabelecimento nunca foi notificado pelos bombeiros ou pela prefeitura.
Apesar do depoimento, a chefe da seção de Serviços Técnicos do Corpo de Bombeiros disse que o Filé Carioca não teria protocolado um requerimento do certificado de aprovação de funcionamento. Mas que a corporação nunca recebeu denúncias contra o local. No entanto, reforçou que não poderia haver gás canalizado nem botijões na área.
O bombeiro que era o responsável pela vistoria e autorização de funcionamento de comércios no local foi o terceiro a depor. Ele disse que o restaurante deixou de cumprir as exigências necessárias depois da primeira etapa de aprovação. De acordo com ele, o projeto do edifício não comportava gás canalizado nem em botijões em subsolo ou em térreo.
Outras duas testemunhas - a filha do chefe de cozinha, morto na explosão, e uma ajudante de cozinha- foram ouvidas. O julgamento deve continuar na segunda-feira (20), a partir das 13h, com os depoimentos de mais dez testemunhas.
Um dos indiciados é o dono do restaurante, Carlos Rogério do Amaral, de 47 anos. Segundo a denúncia, apesar de saber que era proibido usar botijões de gás no edifício Riqueza, ele instalou um exaustor para dissipar o cheiro de gás. Já seu irmão e gerente do estabelecimento, Jorge Henrique do Amaral, faria manobras no exaustor para lançar o gás em direção à rua por meio de um duto.
A empresa contratada pelo proprietário para instalar seis cilindros no subsolo teve dois funcionários denunciados: um era motorista e fazia a troca dos botijões e o outro era responsável pela empresa. A empresa não tinha equipamento para testar vazamento, segundo a denúncia.
Também foram denunciados o síndico do prédio, José Carlos Nogueira, por omissão, e cinco funcionários da prefeitura responsáveis pela fiscalização.
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