Confusão nas ruas, protestos e ameaça de bomba marcam chegada do papa no Rio
O trajeto do aeroporto à Catedral da cidade foi marcado por quebras de protocolo e confusão no trânsito
Rio de Janeiro|Do R7, com agências
Conforme previsto, a chegada do papa Francisco para a JMJ (Jornada Mundial da Juventude), na segunda-feira (22), provocou não só confusões e trânsito nas ruas do Rio de Janeiro, como atraiu cerca de dois mil manifestantes para a frente do palácio da Guanabara, sede do governo do Estado. Em São Paulo, a polícia militar encontrou uma bomba de grande porte na Basílica da Nossa Senhora, em Aparecida.
O deslocamento do papa Francisco da Base Aérea do Galeão, na zona norte do Rio onde aterrissou, para a Catedral Metropolitana, no centro, foi marcado por quebras de protocolo e confusão no trânsito.
Desde que saiu do aeroporto, por volta das 16h15, o líder católico escolheu circular com a janela aberta. Ele se sentou no banco de trás de um Fiat Idea prateado e acenou para o público.
O tumulto começou quando o veículo chegou na avenida Presidente Vargas, no centro, aproximadamente às 16h35. Uma grande concentração de público aguardava pela passagem do automóvel do papa.
O carro chegou à Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro às 16h55. No local, o pontífice trocou o carro pelo papamóvel e voltou a circular pelas ruas do centro.
No 3º Comar (Comando Aéreo Regional), o papa embarcou em um helicóptero militar que o levou para o campo do Fluminense, ao lado do palácio Guanabara, onde se reuniu com autoridades em um coquetel.
Tesouros e luxos do Vaticano contrastam com humildade do papa Francisco
Jornada Mundial e vinda do papa reforçam a tradição brasileira de misturar o público e o privado
Protestos no palácio Guanabara
No evento oficial de recepção, a presidente do Brasil e a autoridade religiosa trocaram afagos enquanto, do lado de fora, manisfestantes se aproximavam da frente da sede do governo carioca. Policiais posicionados na rua Pinheiro Machado, em Laranjeiras (zona sul do Rio), impediram que o protesto chegasse até o palácio fluminense.
Por volta das 19h, manifestantes apontaram a presença de policiais infiltrados no protesto.
O protesto pacífico reúniu bandeiras do MST (Movimento Sem Terra), da Frente Revolucionária de Defesa do Direito dos Povos e de arco-íris, símbolo do movimento LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros).
Os manifestantes queimaram um boneco do governador Sérgio Cabrale pedem investimento na saúde e na educação. O grupo também questiona "Cadê o Amarildo?", morador da Rocinha que desapareceu após abordagem policial.
Após a saída do papa Francisco do local, as forças de segurança entraram em choque com os manifestantes. No confronto, um policial ficou ferido e cinco pessoas foram presas.
Antes de a passeata deixar o largo do Machado, na zona sul, manifestantes promoveram um "beijaço gay".
Bomba em Aparecida
As forças de segurança encontraram uma bomba de fabricação caseira em um banheiro do estacionamento do santuário nacional de Aparecida, que na quarta-feira (24) receberá a visita do papa Francisco, informou nesta segunda a assessoria de imprensa da 12ª Brigada de Infantaria Leve.
"Foi encontrado e levado às autoridades militares um artefato explosivo de fabricação artesanal", informou a assessoria de comunicação da 12ª Brigada de Infantaria Leve, unidade de elite do Exército brasileiro.
Um porta-voz da Polícia Militar de São Paulo confirmou que a bomba era de "baixa potência, insignificante", e foi encontrada no banheiro de uma área que não integra o percurso do papa ou dos peregrinos em Aparecida.
O explosivo foi localizado no domingo (21), durante uma ação de treinamento e simulação das forças de segurança por ocasião da visita papal.