O protesto dos caminhoneiros que bloqueia rodovias em todo o país chega ao quarto dia consecutivo nesta quinta-feira (24). O movimento já provoca reflexos na circulação dos transportes e no abastecimento de produtos, como alimentos e combustível, no Rio de Janeiro.
Segundo a Ceasa (Central de Abastecimento do Rio de Janeiro), apenas 10% do carregamento diário tem conseguido chegar à central de distribuição nos últimos dias. Com pouca oferta, o valor dos alimentos disparou. Uma caixa com 18 unidades de alface, que até semana passada era vendida a R$ 15, hoje custa, em média, R$ 70.
Porém, a maior alta foi registrada na batata inglesa, que saltou de R$ 70 para R$ 320, um aumento de 457%, segundo o boletim divulgado nesta quinta.
Em nota, a central explicou o motivo da variação brusca no preço dos produtos.
“O mercado atacadista funciona de acordo com a oferta e a procura, se a entrada da oferta do produto diminui, os preços têm a tendência de aumentar. E se a oferta aumenta, a tendência é a queda dos preços, sendo que a greve dos caminhoneiros acarretou a redução da oferta dos produtos, ocasionando preços altos no mercado”.
Dos 500 caminhões que chegam diariamente a sede da Ceasa, em Irajá, zona norte da capital fluminense, apenas 50 foram recebidos hoje. Por telefone, a central garantiu não haver falta de produtos, mas informou que alguns itens estão com pouca quantidade disponível para venda.
Greve dos caminhoneiros pode afetar abastecimento de água no RJ
O medo do desabastecimento tem provocado uma corrida aos supermercados do Rio. Nas redes sociais, consumidores relatam longas filas e prateleiras vazias em algumas lojas.
— No interior do Rio acabou a gasolina, fui no sacolão e não tem mais verdura e o supermercado já tinha prateleira sem ter com o que repor — contou uma moradora de Rio das Ostras.
— Aqui no Rio meu irmão foi comprar batatas que estavam em promoção no supermercado, o quilo estava a R$ 2,90 e de repente a promoção acabou e colocaram uma placa de R$ 6,90 e ainda disseram que isso devido greve dos caminhoneiros — disse outro internauta.
O R7 entrou em contato com as principais redes de supermercado do Rio. Em nota, as lojas confirmaram haver impactos no abastecimento de produtos na categoria de hortifrúti.
*Estagiária do R7, sob supervisão de Celso Fonseca