Dois ex-PMs são procurados em operação contra Escritório do Crime
De acordo com as investigações, dupla ficava responsável por levantar informações, vigiar e monitorar vítimas para grupo de matadores de aluguel
Rio de Janeiro|Do R7
O Disque Denúncia divulgou nesta terça-feira (30) um cartaz com fotos de dois ex-PMs que são procurados na operação contra o Escritório do Crime, um grupo de matadores de aluguel com atuação no Rio de Janeiro.
João Luiz da Silva, conhecido como Gago, de 48 anos e Anderson de Souza Oliveira, o Mugão, de 44, tiveram a prisão decretada pela 4ª Vara Criminal da Capital. Eles são considerados foragidos após não terem sido localizados durante a ação do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) em conjunto com a Polícia Civil nesta manhã.
Na organização criminosa, a dupla tinha a responsabilidade de fazer o levantamento, a vigilância e o monitoramento das vítimas, sendo ainda braço armado do grupo, de acordo com as investigações.
Operação Tânatos
O MP-RJ e a Polícia Civil realizaram a operação Tânatos, em referência ao deus da morte na mitologia grega, nesta terça-feira (30). A ação teve como alvo o grupo conhecido como Escritório do Crime, quadrilha que era paga, geralmente, para assassinar pessoas envolvidas com jogos de azar no Estado.
Entre os presos estão Leonardo Gouvêa da Silva (vulgo 'MAD'), Leandro Gouvêa da Silva (vulgo 'Tonhão') e um terceiro homem, que não estava entre os procurados pelos investigadores.
De acordo com o Disque Denúncia, o grupo tinha ligação estreita com Adriano da Nóbrega, morto em 9 de fevereiro durante uma operação da Polícia Militar da Bahia, na cidade de Esplanada. Capitão Adriano, ex-integrante da Polícia Militar do Rio de Janeiro, também era investigado por envolvimentos com grupos milicianos e de execução.
Adriano é apontado como mandante do assassinato de Marcelo Diotti da Mata, que já havia sido preso por homicídio e exploração de máquinas de caça-níqueis, na noite de 14 de março de 2018, no estacionamento de uma hamburgueria na Barra da Tijuca, na zona oeste, que ficou a cargo do grupo criminoso.
O crime aconteceu na mesma data em que a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes foram mortos. De acordo com o delegado Antônio Ricardo, responsável pelo caso Marielle, a execução de Marcelo Diotti pode ter sido planejada para ocorrer no mesmo momento com objetivo de pode atrapalhar ambas as investigações.