O ex-coronel do Exército Paulo Malhães foi encontrado morto na manhã desta sexta-feira (25) dentro de sua casa, num sítio da zona rural de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Malhães, que estava com 76 anos, teve forte atuação na repressão política do período da ditadura militar. De acordo com a polícia, o corpo apresentava sinais de asfixia.
No mês passado, o coronel confessou em depoimento à Comissão Nacional da Verdade que torturou e matou durante o período de repressão política e que esteve envolvido no sumiço do corpo do deputado Rubens Paiva, que desapareceu em 1971.
A DH (Divisão de Homicídios) da Baixada está investigando o casa e ouve testemunhas na tarde desta sexta. De acordo com a viúva do ex-coronel, Cristina Batista Malhães, o sítio foi invadido por três homens na noite de quinta-feira (24) atrás de armas que Malhães colecionava. A viúva disse que ela e o caseiro foram amarrados e trancados em um cômodo.
Wadih Damous, presidente da CEV-RJ (Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro), diz acreditar que Malhães tenha sido vítima de uma queima de arquivo. Segundo ele, o coronel reformado tinha informações importantes sobre os bastidores da repressão política. Damous defende que o caso seja investigado também por instâncias federais.
— É preciso que seja aberta com urgência uma investigação na área federal para apurar os fatos ocorridos no dia de hoje. A investigação da morte do coronel Paulo Malhães precisa ser feita com muito rigor porque tudo a leva a crer que ele foi assassinado.
Veja abaixo a reportagem que foi ao ar em março de 2014 na Rede Record sobre a confissão de tortura feita pelo ex-coronel: