Fernandinho Beira-Mar é condenado a 120 anos de prisão pela morte de quatro detentos
Sentença foi proferida pelo juiz Fábio Uchoa na madrugada desta quinta-feira (14)
Rio de Janeiro|Do R7
O traficante Fernandinho Beira-Mar foi condenado a 120 anos de prisão na madrugada desta quinta-feira (14), no Rio de Janeiro, pelas mortes de quatro detentos dentro do presídio de segurança máxima Bangu 1, em 2002. A sentença foi proferida pelo juiz Fábio Uchoa.
Em sua defesa, Beira-Mar afirmou que as mortes de Ernaldo Pinto Medeiros, o Uê, Marcelo Lucas da Silva, o Café, Wanderley Soares, o Orelha, e Carlos Alberto da Costa, o Robertinho do Adeus, só foram atribuídas a ele porque sempre o tiveram como líder da maior facção criminosa do Rio de Janeiro. Segundo Beira-Mar, ele nunca chefiou a facção.
Em sua sentença, o juiz ressaltou a posição de comando de Fernandinho Beira-Mar durante a rebelião de 13 anos atrás. “Na presente empreitada criminosa, o réu agiu com intensa culpabilidade, na medida em que exercia uma posição de notório comando junto à famigerada facção criminosa denominada Comando Vermelho e, após a execução das vítimas, dirigiu-se até elas para obviamente conferir a execução das vítimas e nesse momento selecionando e poupando ao seu bel prazer, as vidas dos demais sobreviventes da quadrilha rival, denominada ADA – Amigos dos Amigos”, disse o juiz.
O julgamento de Beira-Mar durou cerca de dez horas. De acordo com o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, com a sentença desta quinta-feira, Beira-Mar acumula um total de 253 anos e seis meses de prisão. Beira-Mar cumpre pena atualmente no presídio federal de segurança máxima de Porto Velho, em Rondônia.
Esquema de segurança
Beira-Mar chegou ao Rio de Janeiro por volta das 10h desta quarta-feira (13). Ele foi transportado por um avião fretado pela Polícia Federal e desembarcou no Aeroporto Santos Dumont, no centro da cidade. Em seguida, ele foi levado de helicóptero para o Tribunal de Justiça do Rio, que teve a segurança reforçada para receber o traficante. A PF montou um esquema especial de segurança para levar o réu, de helicóptero, até o Tribunal de Justiça, no centro da cidade. Os detalhes do procedimento não foram divulgados.