Justiça arquiva processo contra PM acusado de envolvimento na morte de Eduardo no Alemão
Desembargadores votaram a favor do arquivamento pedido pela defesa do policial
Rio de Janeiro|Do R7
A Justiça do Rio arquivou, nesta terça-feira (29), o processo contra o policial militar Rafale de Freitas Monteiro, acusado de envolvimento na morte do menino Eduardo de Jesus, em abril do ano passado, no Complexo do Alemão. Segundo o TJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro), dois desembargadores da 2ª Câmara Criminal votaram pelo trancamento da ação penal por ausência de provas.
Na semana passada, a mãe de Eduardo, Terezinha de Jesus, se disse preocupada com o arquivamento do processo. Ela relatou que, após ver a audiência do processo cancelada no dia 22, temia que o caso pudesse ser encerrado sem que justiça tenha sido feita.
— Não é justo. Não pode chegar na minha porta, matar meu filho e ficar por isso mesmo.
De acordo com um dos advogados do réu, o promotor Homero das Neves Freitas Filho fez a denúncia em meio ao que chamou de "pressão da sociedade e da mídia".
Na ocasião, o PM foi denunciado por efetuar “disparos a esmo”, já que não havia confronto onde a criança estava. A defesa nega a versão e afirma que o policial agiu em legítima defesa durante uma troca de tiros.
Relembre o caso
Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos, foi morto na porta de casa atingido por um tiro de fuzil na cabeça no dia 2 de abril de 2015. O caso teve grande repercussão após um vídeo ser compartilhado nas redes sociais.
Após investigações, o diretor da DH da Capital, Rivaldo Barbosa, disse que o disparo que atingiu a criança partiu da arma de um policial militar que agiu em legítima defesa contra traficantes que teriam atirado contra um grupo de criminosos. A mãe do menino e moradores negam a versão de que havia confronto no local.
Terezinha chegou a dizer que foi ameaçada por um PM logo após a morte da criança. Em desespero, ela disse ao policial: "Vocês mataram meu filho". E, em seguida, ouviu do mesmo agente:
— 'Já que eu matei o filho, a gente também pode matar a mãe.' E apontou a arma para mim.
Segundo Terezinha, o policial falou que Eduardo estava com uma arma na mão, mas a criança manuseava um celular no momento em que foi alvejada.
— A única coisa que ele segurava era um celular, que ele gostava de jogar um joguinho.