Forças de segurança do Rio e tropas federais iniciaram uma ação contra o crime organizado e roubo de cargas no Estado na madrugada deste sábado (5). A Operação Onerat, que deixou ao menos três mortos, marca o início da segunda fase da atuação integrada com o governo federal.
Em coletiva no CICC (Centro Integrado de Comando e Controle), o secretário de Segurança do Rio de Janeiro, Roberto Sá, confirmou duas mortes em decorrência de resistência durante a megaoperação.
No primeiro balanço, foram confirmados 15 mandados de prisões cumpridos - nove já estavam presos, três prisões em flagrante e dois adolescentes apreendidos. Além disso, três pistolas, 16 carros, uma motocicleta e uma quantidade de droga ainda não contabilizada também foram apreendidos.
Questionado pela imprensa sobre a ausência de fuzis entre as armas apreendidas, o secretário de Segurança do Rio explicou que os criminosos não guardam mais armas em paióis, e descartou indícios de vazamento da ação. Ainda segundo Roberto Sá, a ação foi um desdobramento do trabalho de investigação da Delegacia de Todos os Santos (26ª DP).
Ao todo, 3,6 mil homens – incluindo integrantes das forças de segurança do Rio, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Força Nacional, Exército e Marinhha – participam da ação, que está concentrada nos Complexos do Lins e Camarista Méier, além do morro São João, no Engenho Novo, na zona norte, e Covanca, na Praça Seca, em Jacarepaguá, zona oeste da cidade.
As Forças Armadas estão responsáveis pelo cerco em algumas dessas regiões e baseadas em pontos estratégicos. Algumas ruas estão interditadas e os espaços aéreos estão controlados para aeronaves civis nas áreas sobrepostas aos setores de atuação das Forças Armadas. Não há interferência nas operações dos aeroportos.
No CICC, na Cidade Nova, representantes de todas as instituições envolvidas na operação estão acompanhando e orientando, em tempo integral, os desdobramentos, desde as 3h30 de hoje (5), no Centro Integrado de Operações Coordenadas (CIOC).
Morte PM
Dois policiais do BAC (Batalhão de Ação com Cães) e dois suspeitos ficaram feridos em um acidente durante o transporte de presos no início da tarde. As vítimas foram levadas para o Hospital Salgado Filho. Um dos policiais não resistiu aos ferimentos e morreu na unidade de saúde.
De acordo com a assessoria da Polícia Militar, os agentes estavam se deslocando para a Cidade Polícia quando foram abalroados por um ônibus na rua José Domingues com Angelina, bairro Encantado, na zona Norte.
Carga recuperada
No morro São João, no Engenho Novo, policiais do Batalhão de Choque recuperaram parte da carga roubada de um caminhão dos Correios na última sexta-feira (4). No Twitter, a Polícia Militar informou que o material foi encontrado na localidade conhecida como Matinha. A carga apreendia foi encaminhada para a Delegacia de Piedade (24ª DP).
Estrada fechada
A Estrada Grajaú-Jacarepaguá, que liga os bairros do dois bairros do norte e do oeste da cidade, está fechada ao tráfego de veículos nos dois sentidos, por medida de segurança. Tropas federais ocupam a estrada, que é um dos acessos ao Complexo do Lins. A melhor opção para os motoristas é utilizar a Linha Amarela ou quem preferir seguir pelo bairro do Méier, Estrada Intendente Magalhães, Praça Seca e Jacarepaguá.
O Colégio Pedro II, unidade Engenho Novo, está com as aulas suspensas hoje, por medida de segurança, porque fica na Rua Barão do Bom Retiro, nas proximidades do morro Sao João.
Vários helicópteros das forças de segurança sobrevoam desde a madrugada o Complexo do Lins e o Morro Camarista Méier. Os ônibus urbanos que cortam essas regiões da cidade estão sendo revistados pelos policiais. Todos são obrigados a descer dos coletivos, sofrem revista pessoal e são obrigados a mostrar as bolsas aos policiais.
As forças de segurança também vão cumprir 40 mandados de prisão e 15 de busca e apreensão expedidos pela Justiça.