MP-RJ aponta risco em oito abrigos de Petrópolis (RJ) por aglomeração, Covid-19 e piolho
Promotoria expediu um ofício à Defesa Civil para que, em 24 horas, seja realizada uma vistoria nos locais
Rio de Janeiro|Inácio Loyola, do R7*
O MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) fará um plano de ação para resolver a situação de risco que se encontram oito abrigos em Petrópolis, na Região Serrana, devido à superlotação.
A promotoria confirmou notificações de casos Covid-19 e de piolho por causa de aglomerações em algumas unidades que acolhem as vítimas da tragédia na cidade.
Para o MP, os espaços que possuem mais de 80 pessoas já são considerados de alto risco. Atualmente, 1.100 pessoas estão em abrigos da cidade, sendo 346 crianças acompanhadas por responsáveis, 60 adolescentes, 107 idosos e 18 portadores de deficiência.
A 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Núcleo Petrópolis expediu um ofício à Defesa Civil para que, em 24 horas, seja realizada uma vistoria em cinco locais. O MP também já repassou as informações à Secretaria Municipal de Saúde.
O R7 tentou contato com Defesa Civil, mas ainda não obteve retorno.
Tragédia em Petrópolis
A tragédia na cidade de Petrópolis deixou ao menos 210 pessoas mortas em decorrência dos deslizamentos e desabamentos causados pelo temporal do dia 15 de fevereiro. Segundo a Polícia Civil, 191 corpos já foram identificados.
Do total de pessoas mortas, 124 são mulheres, 86 homens e 40 menores de idade. De acordo com a prefeitura, as buscas continuam nas áreas onde há suspeita de vítimas, como Morro da Oficina, Vila Felipe, Sargento Boening e Vila Itália.
O corpo do adolescente Gabriel Vila Real da Rocha, de 17 anos, que desapareceu após o ônibus em que estava ser arrastado pela correnteza durante o temporal, foi encontrado nesta quinta-feira (24). Nos últimos dias, o pai do adolescente, Leandro da Rocha, fez um mutirão de buscas pelo filho no rio onde o transporte em que o jovem estava caiu.
*Estagiário do R7, sob supervisão de Bruna Oliveira