O MPF (Ministério Público Federal) pediu, na noite de segunda-feira (19), a prisão preventiva de Pedro Ramos de Miranda, denunciado na Operação Calicute que seria o “faz tudo” do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB). Miranda já havia sido levado para depor coercitivamente no dia 17 de novembro, quando Cabral foi preso.
Segundo os procuradores, Miranda não foi encontrado no endereço que informou no dia do depoimento. Vizinhos informaram aos procuradores que ele não reside no local há mais de um ano.
Miranda foi indiciado 64 vezes no crime de lavagem de dinheiro, segundo a procuradoria. Quando foi levado coercitivamente, os procuradores da operação não pediram sua prisão pois faltavam elementos para provar a participação dele nos crimes. O MPF diz ainda que, por ser o "faz tudo" de Cabral, Miranda teria liberdade para lavar dinheiro por meio de ocultação de patrimônio, já que os investigadores não sabem a totalidade dos seus bens.
De acordo com o pedido, a prisão foi pedida agora para "garantia da ordem pública". Os procuradores afirmam que, o réu é bombeiro militar e o seu sumiço pode representar "risco de cometimento de outros crimes, em especial para acobertar os fatos sob investigação da organização criminosa".