Operação contra milicianos: quadrilha faturava R$ 1 milhão por mês; 21 são presos
Ação nesta quinta-feira envolveu 350 policiais civis, entre eles, 60 delegados
Rio de Janeiro|Da Rede Record
Quadrilha de milicianos que atuava na venda e locação ilegal de imóveis do programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida, na zona oeste do Rio, desarticulada na manhã desta quinta-feira (7), chegava a faturar R$ 1 milhão por mês, segundo informou a Seseg (Secretaria de Segurança Pública).
A megaoperação da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais visava cumprir 27 mandados de prisão e 90 de busca e apreensão.
Chamada "Tentáculos", a ação, que mobilizou 350 policiais civis, entre eles, 60 delegados, cumpriu 20 mandados de prisão e prendeu em flagrante uma pessoa ainda não identificada. Cinco dos presos seriam policiais militares. Bombeiros e agentes penitenciários também estavam envolvidos no esquema. Dois dos mandados de prisão cumpridos eram de pessoas já presas.
Um PM em atividade, do Batalhão de Polícia Militar de Campo Grande, zona oeste do Rio, é apontado como chefe da quadrilha. O grupo de milicianos também cobrava por serviços de segurança, difusão clandestina de sinal de televisão, venda de gás e venda compulsória de cestas básicas aos moradores.
Segundo a polícia, a quadrilha usou da força para passar a atuar em condomínios cobrando taxas e obrigando-os a pagar taxas de segurança, luz, "gatonet" e cestas básicas. A negativa de moradores em fazer os pagamentos fez com que a quadrilha passasse a expulsá-los. Com isso, os suspeitos passaram a alugar ou vender os imóveis dos moradores expulsos. Os que tentavam retornar para pegar pertences eram brutalmente espancados ou mortos.
É importante destacar que, em razão da ampla área geográfica de atuação, a milícia chamada Liga da Justiça diversificou o comando para dificultar as investigações. Após a prisão de Toni Ângelo Souza de Aguiar no ano passado, a sucessão no comando da quadrilha era do policial militar João Henrique Barreto, o Cachorrão, e de Marco José de Lima Gomes, o Gão, preso na última terça-feira (5) pela Divisão de Homicídios.
A polícia aponta que a quadrilha pratica homicídios, ocultação de cadáveres, tortura, roubos, lesões corporais graves, extorsões, ameaças, constrangimentos ilegais e injúrias.
A operação acontece em parceria com o Ministério Público, Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança, Polícia Civil, Corregedoria Geral Unificada, Corregedoria da Polícia Civil, Corregedoria da Polícia Militar, Corregedoria da Secretaria de Administração Penitenciária e Ministério Público.