Planilha da Odebrecht: Paes diz que todas as suas doações são legais
Outros políticos do Rio citados na lista divulgada nesta quarta (23) se posicionaram
Rio de Janeiro|Do R7
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, afirmou nesta quarta-feira (23) que todas as doações recebidas por ele em período eleitoral foram legais. Nesta manhã, foi divulgado que a força-tarefa da Lava Jato achou, na 23ª fase da operação (Acarajé), planilhas com nomes de políticos e partidos na casa do presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Barbosa Silva Junior, no Rio de Janeiro.
Os investigadores apontam "BG", como o executivo era conhecido, como o responsável pelas doações eleitorais e repasses ilícitos a políticos — que tinham apelidos. Além de Paes, são citados nas planilhas os políticos Sérgio Cabral, ex-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, atual governador do Rio e os deputados federais Jorge Picciani e Clarissa Garotinho.
Na prestação de contas apresentada por Paes ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a Odebrecht não consta entre os doadores. Entretanto, não é possível dizer se realmente a empresa não fez repasses legais à campanha de Paes, porque o prefeito recebeu recursos da direção nacional do PMDB, cujas origens não são discriminadas na prestação de contas ao TSE. E a empreiteira fez doações no valor de R$ 7,550 milhões para a direção nacional do partido. Em nota, o prefeito afirma que "todas as doações às suas campanhas eleitorais - sejam aquelas feitas diretamente a ele ou via diretórios municipal, estadual e nacional do partido - ocorreram de forma oficial e legal e foram declaradas à Justiça Eleitoral".
Procurados, os outros políticos manifestaram posicionamento similar. Pezão afirmou, também em nota, que "as contribuições feitas às suas campanhas eleitorais ocorreram de acordo com a lei". O governador também ressalta que as contas foram aprovadas pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral). O antecessor de Pezão, Sérgio Cabral, também diz que todas as "contribuições foram de acordo com o que estabelece a lei".
O deputado Jorge Picciani divulgou que não concorreu a cargo público em 2012, e em 2014, quando foi eleito, não recebeu doação de forma direta ou indireta da Odebrecht. Picciani, citado ao lado do codinome "grego" na planilha, também diz que "nunca foi chamado de grego, porque sua ascendência vem da Itália e da Síria".
A assessoria de Rosinha Garotinha afirmou que a ex-governadora não irá se pronunciar sobre a lista. Já a filha de Rosinha, Clarissa Garotinho, disse em nota que não disputou as eleições de 2012, mas foi vice na chapa do deputado federal Rodrigo Maia, que concorria à prefeitura da cidade do Rio. Clarissa também destaca que a "ajuda dada" pelo partido à campanha foi "absolutamente legal, registrada nas despesas do diretório" do partido.