A Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados realizou, nesta segunda-feira (4), uma operação para encontrar os responsáveis pelo "sequestro" de 105 antenas de telefonia espalhadas pelo Rio de Janeiro
Segundo investigações, os criminosos chegam a exigir pagamento de taxas semanais que variam entre R$ 5 mil e R$ 50 mil para permitir a entrada das empresas em seus domínios e a devolução do que foi roubado.
Dados do painel Telebrasil revelam que quadrilhas, exploradas por milicianos e traficantes, usaram a infraestrutura de empresas de telefonia, internet e TV a cabo instaladas em 105 comunidades do estado. Em março deste ano, havia 26 antenas de celular e internet móvel sob poder dos criminosos. As empresas não conseguiam acessar esses objetos.
Além das antenas usadas na rede móvel, as operadoras também não conseguiam acesso a 110 equipamentos usados para fornecer serviços. 158 mil clientes foram afetados.
No estado do Rio de Janeiro, o problema afetou principalmente 72 bairros, em quatro cidades: Rio de Janeiro, Itaboraí, Niterói e São Gonçalo.
Sentor de telecomunicações pede ação dos órgãos públicos
Representantes de entidades do setor de telecomunicações pediram adoção de medidas urgentes para combater o furto e roubo de cabos e equipamentos de telecomunicações.
Vivien Suruagy, presidente da Feninfra (Federação Nacional de Instalação e Manutenção de Infraestrutura de Redes de Telecomunicações e de Informática), citou dados de 2020, em que foram registradas no Brasil 96 mil ocorrências de furtos e roubos de cabos de cobre, o equivalente a uma extensão de 4,6 mil quilômetros de fios.
Essas ações criminosas geraram uma perda de aproximadamente R$ 1 bilhão para o mercado de telecom naquele mesmo ano, de acordo com a presidente da Feninfra.
O setor de telecomunicações defende uma ação coordenada de segurança pública envolvendo o Judiciário, o Legislativo e o Executivo, tanto o federal quanto os estaduais, e a aprovação de projetos de lei que aumentem as penas desses crimes e ajudem a combater essas ações criminosas.
*Estagiário do R7, sob supervisão de PH Rosa