A favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio de Janeiro, amanheceu neste domingo (17) com barulho de tiroteio. Os moradores foram os primeiros a alertar sobre o perigoso conflito que assustou tanta gente.
"Atenção motoristas. Evitem passar pela Rocinha. Situação caótica agora. Perigo!", disse um internauta.
A Polícia Militar alertou a população, pedindo para que as pessoas evitem a região enquanto o problema não é resolvido. Segundo a PM, o tiroteio é de fato conflito entre traficantes. Policiais da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) já estão combatendo os traficantes para dar fim ao confronto.
Relatos de moradores
Usando redes sociais como o Twitter, os moradores da Rocinha conseguiram mostrar a gravidade da situação. Em algumas fotos é possível ver homens armados em cima de lajes, atirando com fuzis em plena luz do dia.
Rocinha
Reprodução/TwitterO tiroteio teria começado de madrugada, mas não parou nem com o nascer do Sol.
Nenhuma via que dá acesso à Rocinha foi fechada, mesmo com o alerta da PM. A concessionária Metrô Rio, porém, fechou os acessos A e C da estação São Conrado, na altura da Rocinha.
No Twitter, alguns moradores reclamam que, enquanto outros curtem o Rock In Rio, outros ficam desesperados no meio de uma situação onde não há como escapar.
Um usuário postou um vídeo onde os sons dos tiros são claros e assustadores.
Traficantes
A guerra é entre ex-aliados do traficante Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem e do seu braço-direito Rogério Avelino da Silva, conhecido como Rogério 157. As facções dos dois criminosos teriam entrado em conflito por uma disputa de poder após a morte de vários comparsas de Rogério. Mesmo da prisão, o traficante Nem mandou Rogério expulsar alguns membros do bando.
Nem foi preso em 2011, após um cerco da polícia dentro da Rocinha. O chefe do tráfico na foi preso por policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar no início de uma madrugada de quinta-feira na Lagoa, também na zona sul. Ele teria oferecido R$ 30 mil para que os agentes não o levassem.
Nem estava no porta-malas do carro de um homem que se apresentou como cônsul honorário do Congo. O homem, porém, não tinha os documentos para provar seu cargo diplomático. O Corolla preto foi parado na saída da Rocinha e levado até a Lagoa para ser revistado pela Polícia Federal. O traficante foi encontrado escondido no porta-malas.
O comparsa de Nem teriam oferecido R$ 30 mil e depois R$ 1 milhão para que o carro não fosse revistado.
Não foram encontradas armas no veículo, mas foi apreendido cerca de R$ 1 milhão em dinheiro.