Votação na Câmara de plano de carreira de professores pode ser adiada após decisão judicial
Vereador Jefferson Moura (PSOL) diz que votação para a terça-feira (1º) não seria legal
Rio de Janeiro|Agência Brasil
Uma decisão judicial suspendeu nesta segunda-feira (30) os resultados de uma reunião entre vereadores do Rio. Com isso, pode haver adiamento da votação do Projeto de Cargos, Carreira e Remuneração do magistério municipal, prevista para terça-feira (1º) na Câmara Municipal. A juíza Gisele Guida de Faria, da 9ª Vara de Fazenda Pública, concedeu mandado de segurança ao vereador Jefferson Moura (PSOL). Ele reclamou não ter sido convocado para a reunião, que ocorreu no último dia 23, e na qual foi debatido o projeto enviado pelo Executivo.
Em sua decisão, a juíza destacou que a não convocação de Moura para a reunião violou o direito do vereador, e pediu esclarecimentos à Câmara.
— Não se deve esquecer que a existência de diferentes fases dentro do processo legislativo têm por finalidade possibilitar uma séria reflexão e debate sobre o tema que vai ser inovado na ordem jurídica e, assim, produzir efeitos na esfera jurídica de um significativo número de pessoas, que, no caso, são os professores da rede municipal. A supressão de uma das fases ou sua incompletude – como na hipótese -, constitui, por si só, um vício insuperável.
Moura disse que com a decisão os trabalhos devem ser adiados e consequentemente o projeto de lei não deve ser votado na terça-feira (1º). Já que a votação não seria legal.
O vereador sustentou que nem ele, nem o colega Reimont (PT), foram chamados para a reunião.
— Na semana passada foi divulgado que ocorreu reunião conjunta das comissões responsáveis por dar parecer ao Projeto de Lei 442, que trata do plano de carreira [dos professores], enviado pelo Executivo. Não houve convocação, e nós questionamos isso e os efeitos da reunião foram cancelados.
No entendimento do vereador, as emendas anunciadas pelo governo não podem ser apreciadas.
— O projeto com as emendas não pode ser apreciado amanhã. Estaria sob suspeição. É preciso que haja nova reunião da comissão para apreciar a constitucionalidade das emendas.
A Câmara Municipal está cercada por tropas das Polícia Militar desde as primeiras horas do dia, porque centenas de manifestantes, a maior parte professores, estão em frente ao prédio. No último sábado (28), os professores que ocupavam o plenário da Câmara foram retirados à força pela PM, que usou bombas de gás e spray de pimenta para dispersar a multidão que estava do lado de fora.