Acusação diz que Mizael Bispo deu declaração “fantasiosa” durante interrogatório
Policial militar reformado falou hoje no Fórum Criminal de Guarulhos
São Paulo|Vanessa Beltrão, do R7
O advogado de acusação Alexandre de Sá disse que Mizael Bispo fez declarações “fantasiosas” durante seu interrogatório na noite desta quarta-feira (13). O réu vai a júri popular no Fórum Criminal de Guarulhos, na Grande São Paulo, pelo assassinato da advogada Mércia Nakashima.
— Ele optou em nos fazer de palhaços. Fazer afirmações fantasiosas e que não explicaram os motivos que levaram ele a matar Mércia Nakashima.
Sá provocou os advogados do réu dizendo que (acusação) "vai sair invicta desse julgamento, porque nenhum gol sequer foi marcado pela defesa".
Veja fotos do 3º dia de julgamento de Mizael Bispo
Segundo Sá, a decisão da acusação de não fazer nenhuma pergunta a Mizael Bispo fez parte de uma estratégia para não deixar o réu mais em evidência.
“Versão estapafúrdia”
Para o promotor do caso, Rodrigo Merli, o interrogatório de Mizael “não acrescentou em nada”. Ele destacou o fato de o réu ter afirmado, durante o júri, que a família de Mércia o considerava culpado por ele ter se recusado a ser padrinho de casamento da irmã da vítima.
— [Ele trouxe] uma nova versão ainda mais estapafúrdia de que a família o elegeu como criminoso porque ele teria feito uma desfeita familiar. Eu fico me perguntando que família seria capaz de cometer uma atrocidade dessas.
Defesa
Na avaliação da defesa, Mizael agiu com “naturalidade”. O advogado do réu, Ivon Ribeiro, afirmou que seu cliente “não deixou nenhuma pergunta em branco.” Ribeiro também ressaltou que o o acusado se ofereceu para responder as perguntas da promotoria, caso ela decidisse fazê-las.
— Ele está tranquilo em relação à posição dele.
Ribeiro destacou ainda que os jurados fizeram muitos questionamentos— foram mais de 20 — e classificou o fato como “ímpar”.
Por fim, o advogado negou que tenha discutido com Mizael sobre atenuantes do crime e afirmou que nem cogita a possibilidade de o acusado ser condenado pelo assassinato.