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Após prometer transparência, governo de SP impõe sigilo de 15 anos sobre efetivo das companhias da PM

Secretaria da Segurança abre dados de Batalhões, mas mantém segredo de unidades menores

São Paulo|Alvaro Magalhães, do R7

Alexandre de Moraes ratificou sigilo sobre companhias da PM
Alexandre de Moraes ratificou sigilo sobre companhias da PM Alexandre de Moraes ratificou sigilo sobre companhias da PM

Contrariando promessa feita há dois meses, a Secretaria de Estado da Segurança Pública impôs, por meio de um documento interno, sigilo de 15 anos sobre o efetivo das companhias da Polícia Militar.

Em 16 março, o coronel Luiz Carlos Pereira Martins determinou o segredo sobre a “distribuição do efetivo PM por Cia Op [Companhias Operacionais] e Cia FT [Companhias da Força Tática]”. Em 11 de abril, após o R7 questionar a assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança sobre o caso, o sigilo foi ratificado pelo secretário Alexandre de Moraes (confira os documentos abaixo).

A decisão do coronel Martins foi tomada depois de a reportagem do R7 solicitar, por meio da Lei de Acesso à Informação, dados a respeito do efetivo fixado e existente das Companhias, das Forças Táticas e Batalhões da PM.

A secretaria forneceu apenas os números referentes aos Batalhões, unidades maiores (veja os número abaixo). O efetivo das Companhias e das Forças Táticas — unidades menores, que fazem parte dos Batalhões — foi negado.

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O pedido da reportagem havia sido protocolado em 17 de fevereiro, um dia depois de Moraes afirmar que a pasta passaria a fornecer, caso fossem solicitados, dados a respeito do efetivo policial.

A entrevista de Moraes havia sido convocada após a publicação da Resolução SSP-7, de de fevereiro, em que o “controle, distribuição e utilização de efetivo existente; bem como o respectivo regime de trabalho e escala de serviço, férias e licenças” era colocado sob sigilo de 15 anos.

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Na entrevista, Moraes afirmou que a resolução havia sido mal interpretada e que o “e” do texto “controle, distribuição e utilização” deixava claro que só não seriam fornecidos os dados em conjunto.

Na época, o secretário afirmou:

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— As informações objetivas, que até então não eram fornecidas, serão fornecidas a quem perguntar: o efetivo fixado, o efetivo existente seja da Polícia Militar, seja da Polícia Civil, seja da Superintendência da Polícia Técnico-Científica.

Os únicos números que continuariam em segredo eram os dados que Moraes chamou de subjetivos. Ou seja, a quantidade de homens empregados em ações específicas.

— O que continuará sendo sigiloso é a utilização dos policiais naquele momento, naquele dia para essa ou aquela operação. Ou seja, as informações subjetivas em relação a dias e episódios específicos.

Questionada sobre a posição do secretário a respeito da decisão do coronel Martins, a Secretaria de Estado da Segurança Pública afirmou, em nota, que “informações específicas sobre o número de homens em unidades físicas menores, como companhia, não serão fornecidas pois podem colocar em risco a segurança dos próprios policiais”.

“Da mesma maneira, informações específicas sobre forças táticas, especiais e especializadas são dados estratégicos, cuja divulgação seria prejudicial ao combate à criminalidade”, prossegue a nota.

A secretaria destacou que os dados a respeito do efetivo dos Batalhões, unidades maiores, foram “fornecidas pela primeira vez, seguindo determinação do Decreto do Governador Geraldo Alckmin, que consagrou a transparência como regra”.

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