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Até o fim do ano, 43 mil multas de trânsito devem ser aplicadas todos os dias na capital

Prefeitura prevê arrecadação de R$ 948 mi em 2015; CET nega pressão de agentes por multas

São Paulo|Do R7

Nos últimos três anos, houve aumento da arrecadação por multas
Nos últimos três anos, houve aumento da arrecadação por multas Nos últimos três anos, houve aumento da arrecadação por multas

Mais de 43 mil multas de trânsito devem ser aplicadas diariamente na cidade de São Paulo até o fim do ano, segundo levantamento do R7 com base na estimativa de arrecadação da prefeitura para 2015. Essa fonte tem gerado um volume maior de recursos a cada ano para os cofres municipais, que devem receber cerca de R$ 948,2 milhões até dezembro.

Deste valor esperado para 2015, até julho já foram arrecadados R$ 500.245.191, por meio de 7.350.530 de multas, segundo dados fornecidos pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). O valor médio que cada infração rendeu à prefeitura, portanto, foi de R$ 68. Mantendo-se essa estimativa, chega-se ao número de 43 mil, que é a média diária de canetadas que serão dadas para a arrecadação dos R$ 447.954.808 que ainda faltam. 

De acordo com a prefeitura, o orçamento anual estabelece uma estimativa de receita de acordo com a Lei 4320/1964. Para obter esta previsão, são considerados os dados históricos dos meses anteriores. Nos últimos três anos, houve aumento da arrecadação e de multas aplicadas: Em 2012, foram processadas 9.958.646 multas, que arrecadaram R$ 799.217.929,80. Em 2013, foram 10.153.567 multas e R$ 836.420.149,13. Já em 2014, foram registradas 10.608.695 multas, com arrecadação de R$ 852.618.980,99.

A questão é polêmica, já que muita gente acredita que haja uma “indústria de multas” em São Paulo. A insatisfação de parte da população aumentou, principalmente após a redução de velocidade nas marginais Pinheiros e Tietê e de algumas vias importantes, como Pacaembu, Aricanduva e Henrique Schaumann. A meta da prefeitura é reduzir a velocidade máxima de todas as vias da cidade até dezembro e instalar novos radares.

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Em nota, a CET reiterou que não há orientação nem iniciativa que indique o estabelecimento de metas nesse sentido. Porém, o Sindviários (Sindicato dos Agentes de Trânsito de São Paulo) tem recebido denúncias dos marronzinhos — como são apelidados os agentes — sobre pressão para arrecadar multas. O presidente da organização, Reno Ale, nega que a pressão seja por quantidade de multas, mas sim por qualidade, como o bom preenchimento dos autos de infração. Ele acredita que cada agente interpreta o pedido de forma diferente.

— Nas trocas de comando da empresa sempre há essa conversa. Eu tenho recebido denúncias, mas não tenho nada documentado. Não se cobra a quantidade de multas, se fala muito em qualidade. Aí, o pessoal assume isso como fazer mais multas.

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O sindicato está apurando as denúncias dos agentes e pedirá uma reunião com a Superintendência de Engenharia de Trânsito e com a Diretoria de Operações da CET. A organização também quer divulgar uma carta aberta explicando a situação para a população.

Ainda segundo Ale, não há motivo para a população se revoltar contra os agentes porque as multas na capital também são aplicadas pela Polícia Militar, GCM (Guarda Civil Metropolitana) e SPTrans, além dos radares e dos LAPs (Leitores Automáticos de Placas), que flagram principalmente motoristas que desrespeitam o rodízio de veículos. Somente os aparelhos eletrônicos são responsáveis por 85% das multas aplicadas na cidade. A porcentagem da CET fica em torno de 9%.

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De quem é a culpa?

Para o professor Luiz Vicente Figueira de Mello, coordenador da Escola de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, o grande número de multas é culpa dos motoristas (por falta de educação no trânsito) e da prefeitura (por falta de orientação). Ele acredita que é necessário ter educação de trânsito antes de punição. Dessa forma, seria mais fácil as pessoas entenderem o motivo da redução de velocidade, que é diminuir o número de acidentes. O processo de educação poderia ser feito, por exemplo, com o uso dos radares.

— No primeiro mês após a redução, todo mundo que fosse flagrado pelo radar em velocidade mais alta que a permitida deveria receber um aviso em casa. Se fizesse de novo, receberia a multa. A prefeitura já está multando direto.

De acordo com o professor, o trabalho de educação no trânsito deve ser mais amplo, desde a pré-escola.

— É ensinar que não pode atravessar no sinal vermelho, que pedestre tem que andar na faixa etc. Se não formar estas pessoas, elas não vão ter conscientização aos 18 anos. É fazer com que as pessoas pensem no uso do carro e ter consciência a respeito da questão coletiva.

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