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Cantareira: após três meses, segunda cota do volume morto é recuperada

Manancial ainda precisa de mais 182,5 bilhões de litros de água para sair do "negativo"

São Paulo|Fernando Mellis, do R7

Sabesp captava água da segunda cota do volume morto desde novembro do ano passado
Sabesp captava água da segunda cota do volume morto desde novembro do ano passado Sabesp captava água da segunda cota do volume morto desde novembro do ano passado

A primeira boa notícia para o Sistema Cantareira chegou nesta terça-feira (24). As chuvas dos últimos dias e a economia dos consumidores fizeram o nível do reservatório chegar a 10,7% hoje. Isso significa que a segunda cota do volume morto — água que fica abaixo das comportas — foi recuperada. Mas a crise está longe de acabar. Ainda precisam entrar mais 182,5 bilhões de litros de água (18,5%, da primeira cota) para que o principal manancial que abastece a região metropolitana saia do negativo.

A Sabesp começou a bombear a segunda cota do volume morto na metade de novembro. Essa reserva tem 105 bilhões de litros e duraria somente até março, caso as chuvas continuassem abaixo da média, como aconteceu em janeiro.

O processo de recuperação do manancial, responsável pelo abastecimento de mais de 6 milhões de pessoas, deve ser lento. Isso porque a partir de abril começa o período seco. A expectativa é de que as chuvas sejam regulares, pelo menos, até o fim de março, o que poderia evitar o racionamento no meio do ano.

Dados da Sabesp mostram que, do mês passado até hoje, caiu a quantidade de água retirada do Cantareira. O R7 analisou números dos dias 18, 19 e 20 de janeiro e comparou com as mesmas datas de fevereiro. Em média, todos os dias estão saindo 6.000 litros por segundo a menos dos reservatórios. A quantidade de água que entra aumentou mais de dez vezes, devido à chuva.

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Somente volumes de chuva acima da média, como os que ocorrem neste mês, podem recuperar o Sistema Cantareira mais rapidamente. A professora do Departamento de Ciências Atmosféricas da USP Maria Assunção Faus Silva Dias diz que há previsão de chuva para as próximas duas semanas.

— Haverá um período chuvoso. Além dessas duas semanas, a gente não tem como prever. Em São Paulo, é bastante difícil fazer uma previsão estendida, teria um nível de acerto muito baixo.

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Segundo ela, março costuma ser um mês em que as chuvas diminuem, mas ainda há uma esperança.

— Historicamente, nós tivemos vários casos em que março choveu mais do que fevereiro. Porém, para aliviar a crise hídrica, teria que ter chovido acima da média em vários meses. Não foi o que aconteceu em dezembro e janeiro. Essa chuva de agora pode ser até um paliativo, mas não resolve.

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Como não dá para contar apenas com a chuva, a Sabesp corre para fazer obras emergenciais na tentativa de garantir água durante todo o ano. Uma delas é a interligação do rio Juquiá, a 70 km da capital, com o Sistema Guarapiranga. Serão acrescentados ao manancial mais 1.000 litros por segundo, suficientes para atender a 300 mil pessoas. Os trabalhos deverão ser concluídos até julho, ao custo de R$ 75 milhões. Outra obra, entregue em 27 de janeiro, foi a ampliação da transferência de água do córrego Guaratuba para o Sistema Alto Tietê, somando mais 500 litros por segundo. 

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