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Caso Mércia: defesa quer afastar relação de amizade entre vigia e Mizael

Julgamento de Evandro Bezerra começa nesta segunda-feira, em Guarulhos 

São Paulo|Fernando Mellis, do R7

Evandro (à direita) responde por envolvimento na morte de Mércia Nakashima, ex-namorada de Mizael (à direita)
Evandro (à direita) responde por envolvimento na morte de Mércia Nakashima, ex-namorada de Mizael (à direita)

O advogado Aryldo de Paula, que defende o vigia Evandro Bezerra da Silva — acusado por envolvimento na morte de Mércia Nakashima — garante que sairá com o réu absolvido ao fim do julgamento, que começa nesta segunda-feira (29), em Guarulhos, e deverá durar três dias. O segurança já havia trabalhado com o PM reformado Mizael Bispo — ex-namorado da vítima e condenado pelo assassinato — e foi visto conversando com ele no dia do desaparecimento de Mércia.

O defensor diz não acreditar que a condenação de Bispo, ocorrida em março deste ano, irá interferir na forma como os jurados possam ver o réu.

— Pode-se pensar, em um primeiro momento, que pode ter influência. Mas é um entendimento equivocado. Até porque, o Evandro é uma pessoa e o Mizael é outra. Alguns pontos que eu levantarei em plenário não foram levantados no julgamento do Mizael.

Ele ainda acrescenta que a defesa vai reforçar que Evandro e Mizael não eram amigos e que tinham uma relação profissional.


— O próprio promotor de Justiça, na denúncia, diz o seguinte: “Evandro, em companhia de seu empregado e colega, praticaram o crime”. Ninguém chama um colega para cometer um crime. Então, o próprio promotor está dizendo que não são amigos íntimos. Está dizendo que são colegas. O que faria o Mizael, com todos os conhecimentos que tem, chamar um colega para cometer o crime?

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Confissão

Durante o julgamento, a defesa vai questionar, principalmente, a confissão dele. Segundo Aryldo de Paula, ela foi feita sob tortura.


— Eu vou provar o porquê ele foi torturado, alguns pontos que comprovam a tortura. O Evandro não sabe os nomes, mas ele reconhece. Ele disse que se colocar frente a frente, ele aponta um a um quem foi que torturou ele. Ele cita o local, o dia, a sala que ele esteve, ele descreve todo o local.

Telefonemas

Outra questão que o advogado garante que será rebatida é uma planilha com a lista das ligações telefônicas feitas e recebidas pelo acusado. Ele tem dúvidas sobre o formato do documento.

— A planilha de ligações do Evandro veio em Excel e essa prova pode ser alterada. Não estou dizendo que foi, mas pode ser alterada. É incompatível o horário das ligações com as distâncias para que ele desenvolva velocidade compatível.

Testemunhas

Entre as testemunhas convocadas pela defesa do vigia estão três protegidas. O advogado afirma que a presença delas no plenário do júri será favorável ao réu, porque elas teriam mentido, de forma a prejudicar o acusado.

— A testemunha ômega mentiu dizendo que era pescador e não é pescador. A reprodução simulada foi feita com base nessa testemunha. A testemunha beta também mentiu, e disse que mentiu. Disse que conhecia o Evandro, depois disse que não conhecia. E a testemunha alfa disse que viu o Mizael e a Mércia dia 26 [de maio de 2010], ou seja, três dias depois do crime.

Ele diz que vai questionar os objetivos que as testemunhas tinham quando prestaram depoimentos contraditórios.

— A testemunha diz, “eu menti”, ela fala isso, “eu menti para aparecer na mídia”. Agora, como é que ela quer aparecer na mídia se ela é testemunha protegida, ninguém sabe quem é? E essa testemunha é amigo dos familiares da Mércia. E essa mentira foi fundamento para prender o Evandro.

O delegado que investigou o caso, Antônio de Olim, também será interrogado, assim como o investigador Alexandre Simoni, a ex-mulher de Evandro e o advogado Arles Gonçalves Júnior, indicado à época pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) para acompanhar a denúncia de tortura.

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“Bomba”

De Paula disse ainda que mostrará durante o julgamento provas que poderão, segundo ele, afetar até a condenação de Mizael Bispo.

— Eu tenho provas, uma bomba que eu vou soltar no plenário. Mas nossa equipe entrou em concordância que só falaremos sobre essa bomba em plenário. Vai deixar todo mundo de boca aberta. O que nós vamos dizer não são falácias, está baseado em laudos e depoimentos. Isso vai acabar, de uma vez por todas, com essa frágil acusação contra o Evandro. Isso vai influenciar até no julgamento do Mizael. 

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