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Chacina na Brasilândia: endereço de tragédia atrai curiosos

Pessoas vão ao local para ver de perto casas onde corpos da família de PMs foram encontrados 

São Paulo|Ana Cláudia Barros, do R7

Desde que os corpos foram encontrados, equipes da PM se revezam para preservar cenário do crime
Desde que os corpos foram encontrados, equipes da PM se revezam para preservar cenário do crime

A chacina na rua Dom Sebastião, na Vila Brasilândia, zona norte de São Paulo, provocou, em muita gente, um misto de terror e de curiosidade. Na quarta-feira (7), algumas pessoas foram até o local apenas para ver de perto os imóveis onde os corpos do casal de policiais militares, do filho deles, de 13 anos, da mãe da PM e da tia dela foram encontrados.

Morador da Freguesia do Ó, na mesma região, o gesseiro Waldeci Coelho saiu do trabalho, no bairro do Limão, e passou por lá. Ele disse que viu os imóveis na TV e quis conferir.

— Era meu caminho. Foi uma tragédia mesmo.

Já a dona de casa Gizelda Gomes Galindo, 37 anos, foi visitar a irmã no bairro e resolveu ir, junto com a filha Isabela, de 9 anos, à rua Dom Sebastião.


— Vim para ver [as casas]. A gente assiste pela televisão e é diferente. Estou sentindo uma pressão, uma sensação ruim. Dá arrepio.

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A criança, que também fez questão de opinar, conta que ficou assustada com a história.


— Queria ver a casa porque foi uma tragédia terrível.

Moradora da rua Guaiçara, na Vila Brasilândia, a operadora de telemarketing Sandra Pereira conta que não conhecia as vítimas, mas resolveu visitar o local.

— Eu vi pela televisão e está todo mundo me perguntando [no trabalho]. Fiquei chocada com a notícia. Estou assustada. A gente pensa que acontecem as coisas longe dos nossos olhos. Nunca pensei que uma coisa desta fosse acontecer tão perto. Não estamos livres de nada nesta vida.

Imóvel liberado

Nesta quinta-feira (8), a Polícia Militar deve entregar as chaves dos imóveis onde as vítimas foram assassinadas para um irmão da cabo Andreia, que é tenente da PM. Ele virá de Rio Claro, no interior do Estado.

Desde que os corpos foram encontrados, equipes de policiais militares se revezam, a cada três horas, perto do número 42 da rua Dom Sebastião, com a finalidade de preservar o local. Duas perícias foram realizadas na casa: uma na segunda-feira (5), logo após o caso vir à tona, e outra, no dia seguinte.

A autorização para entregar as chaves se deu após os peritos liberarem as casas. Os imóveis ficam em um mesmo terreno.

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O caso

Os cinco corpos foram encontrados no começo da noite de segunda-feira (5). Na sala da casa, estava o sargento da Rota Luis Marcelo Pesseghini; a mulher dele, a cabo Andreia Regina Bovo Pesseghini e o menino Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini. Em uma casa no mesmo terreno, sobre uma cama, foram achados os corpos da mãe de Andreia e da irmã dela, tia da policial.

As investigações policiais indicam que o adolescente teria matado a família, entre a noite de domingo (4) e a madrugada de segunda-feira (5). Ele teria dirigido o carro da mãe até a escola onde estuda, a cerca de 5 km da casa. Uma câmera de segurança da região teria flagrado o jovem saindo do veículo.

Após a aula, ele pegou carona com o melhor amigo. O pai do garoto o deixou na frente de casa. Marcelo teria dito que não havia necessidade de chamar o pai porque ele estava dormindo.

O delegado Itagiba Vieira Franco, da Divisão de Homicídios, disse que o inquérito não está concluído, mas tudo leva a crer que o filho do casal de PMs premeditou a chacina. Esse melhor amigo, também de 13 anos, contou à polícia que Marcelo tinha o desejo de ser matador de aluguel, matar os pais e fugir com o carro deles.

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