Aprovado nesta segunda-feira (30) na Câmara Municipal de São Paulo, o PDE (Plano Diretor Estratégico) tem entre seus objetivos o equilíbrio do preço dos imóveis da cidade. De acordo com Valter Caldana, especialista em planejamento urbano, as propostas do Plano vão provocar redução no preço de venda de propriedades localizadas em áreas nobres da cidade.
— As novas moradias serão construídas em áreas próximas a locais de transporte de massa e isso fará com que sejam mais valorizadas. Nos bairros nobres, com modificações na cobrança de imposto, haverá queda no valor dos imóveis.
Para o presidente do Secovi (Sindicato da habitação de São Paulo), Cláudio Bernardes, as novas construções feitas no entorno de vias onde há transporte coletivo terão um custo menor comparado aos prédios e moradias erguidas no "miolo" dos bairros, onde deverá ser respeitado um determinado limite de altura.
— Construir nos eixos de transporte será mais fácil do que nas outras áreas. Você tem duas áreas: ao longo dos eixos e nos miolos, onde será mais caro.
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Bernardes explica que a cidade não será mais pensada por regiões, como se faz atualmente. Mas, sim, por eixos de transporte, como corredores de ônibus. Nesse caso, os bairros que têm mais eixos terão mais ofertas de imóveis e, portanto, o preço tende a ser mais baixo. Ele cita como exemplo o corredor Santo Amaro, na zona sul da cidade, e a avenida Nove de Julho.
— É uma mudança de pensamento, você vai ter uma cidade com produtos imobiliários diferentes, são produtos menores, com uma vaga de garagem, com comércio no térreo. É outro modelo.
O PDE é considerado a primeira iniciativa do poder público paulista para planejar a reformulação da cidade pensando na união da rede de transporte coletivo com as regiões de grande densidade de moradias, priorizando assim a locomoção em grande massa — e não individual.