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Condenada por matar os pais, Suzane Richthofen pode poupar na cadeia R$ 8.500 por ano 

Após fazer curso e ser aprendiz, ela agora ocupa o cargo máximo na confecção do presídio  

São Paulo|Ana Cláudia Barros, do R7

Suzane foi sentenciada a quase 39 anos de prisão
Suzane foi sentenciada a quase 39 anos de prisão Suzane foi sentenciada a quase 39 anos de prisão

Condenada em 2006 pelo assassinato dos pais, Suzane Louise von Richthofen recebe, por mês, salário de R$705,90 pela função que desempenha na Oficina de Confecção da Funap (Fundação "Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel") — órgão vinculado à SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) —, para onde foi designada em 13 de março de 2008. No cargo de oficial, o mais alto na hierarquia da confecção, Suzane trabalha, de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 17h, com folgas aos sábados e domingos.

O dinheiro vai integralmente para a interna, mas é depositado na conta pecúlio da unidade prisional, no caso, a Penitenciária Feminina I de Tremembé, no interior de São Paulo. Toda movimentação é feita por meio dos funcionários que atuam no setor.

Do valor mensal recebido, 10% são reservados para depósito em conta poupança, que só poderá ser acessada após ela sair da penitenciária. O restante, segundo informações dadas ao R7 pela SAP, fica em saldo disponível para pequenas despesas pessoais, entre outros gastos previstos legalmente. Na hipótese de ela optar por economizar o salário, por exemplo, conseguiria acumular, em um ano, quase R$ 8.500. Além disso, a cada três dias trabalhados, um dia da pena é abatido.

Suzane também poderia receber remuneração e ter remição (diminuição) de pena se estivesse no semiaberto e chegou a conquistar o benefício neste mês, mas pediu para permanecer na unidade prisional, alegando temer por sua vida. Ao recusar a possibilidade de passar para um regime intermediário, direito previsto na Lei de Execuções Penais, Suzane abriu mão de outros benefícios, como as saídas temporárias durante feriados específicos, como Natal, Dia dos Pais e Dia das Mães.

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A presa afirmou ainda que o pedido de progressão para o semiaberto foi feito à revelia pelos seus então advogados — atualmente destituídos. Diante do argumento, a juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani, da Vara de Execuções Criminais de Taubaté revogou a decisão na semana passada.

"Arrependida parcialmente" por crime, Suzane von Richthofen continua presa no regime fechado

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Suzane não deve ficar sem dinheiro quando deixar a prisão

Antes de ingressar na oficina de confecção, Suzane Louise von Richthofen trabalhou nos serviços de limpeza, serventia de refeições e como monitora de educação da Funap.

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A oficina produz uniformes táticos destinados a funcionários ligados à Secretaria de Administração Penitenciária. Suzane atua no controle de qualidade. A produção diária é de 130 peças.

Promoções

Para ingressar na oficina, Suzane, assim como as outras 59 presas que trabalham no projeto desenvolvido na unidade, teve que, em um primeiro momento, participar do PET — Programa de Educação para o Trabalho. Segundo a secretaria, o objetivo do programa é “contribuir para a inclusão social das pessoas em privação de liberdade, por meio do desenvolvimento de competências e habilidades que ampliem as possibilidades de inserção no mundo do trabalho”. Nesta fase, Suzane recebeu qualificação profissional em dez módulos, com carga horária total de 120 horas.

Após concluir o curso, participou de processo seletivo e, aprovada, começou como aprendiz (pessoa que não conhece o processo produtivo, não tem técnica e necessita de supervisão constante), quando recebia 3/4 do salário mínimo.

Depois de um ano, passou por nova avaliação e foi promovida a meio-oficial — aquele que não domina completamente o processo produtivo e a técnica. Nesta época, recebia 3/4 do salário mínimo com um adicional de 15%.

Um ano após a primeira promoção, foi avaliada novamente e, aprovada, passou a atuar como oficial, cargo máximo na hierarquia da oficina. Nesta etapa, o preso precisa dominar o processo produtivo e a técnica. Pelo trabalho, recebe 3/4 do salário mínimo mais 30%.

A SAP destaca que nenhuma das presas que trabalham na oficina tem tratamento diferenciado.

O crime

Manfred e Marísia von Richthofen dormiam quando Suzane, Daniel — então namorado dela — e Cristian Cravinhos entraram na garagem da mansão no carro da jovem. A polícia conta que ela foi até o quarto dos pais para conferir se estavam dormindo. Na sequência, Daniel e o irmão dele entraram em ação. Daniel se aproximou de Manfred. Cristian, de Marísia. O casal foi golpeado várias vezes na cabeça com barras de ferro. Os irmãos Cravinhos ainda usaram toalhas molhadas e sacos plásticos para sufocar os pais de Suzane.

Enquanto os pais eram mortos, Suzane esperou no andar de baixo da casa. Ela revirou o escritório para simular um assalto. Antes de ir embora, o trio embolsou US$ 5.000 e R$ 8.000 guardados por Manfred. Depois da morte dos pais, Suzane e Daniel foram a um motel. Às 3h, ela deixou o namorado em casa e foi buscar o irmão Andreas em uma LAN house. Ela e o irmão caçula voltaram à mansão. Ao encontrarem os pais mortos, Suzane chamou a polícia.

Na madrugada de 22 de julho de 2006, o Tribunal do Júri condenou Suzane von Richthofen e os irmãos Cravinhos à prisão pelo assassinato de Manfred e Marísia. O trio foi sentenciado por duplo homicídio triplamente qualificado.

Assista ao vídeo:

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