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Copa do Mundo na Vila Madalena troca futebol por "fervo"

Roda de samba, funk, striptease relâmpago e paquera marcaram os lances mais curiosos

São Paulo|Guilherme Lima, do R7

Thaís Mussio (dir) arrancou suspiros por onde passou
Thaís Mussio (dir) arrancou suspiros por onde passou

Garotas só de sutiã e shorts depois de um striptease relâmpago, caras fortões sem camisa andando em meio à multidão e uma galera com óculos escuro depois das 20h. Não faltaram rodas de samba comandadas por grupos de amigos, hip-hop no último volume, o funk sensação do momento “Ela Desce Ela Sobe, Ela Pula Encaixando” e muito menos gente animada para dançar e sensualizar. Sabe onde aconteceu tudo isso? Na Vila Madalena, o bairro mais procurado durante a Copa do Mundo em São Paulo por quem gosta do “fervo”.

Claro, também rolaram algumas confusões, empurra-empurra e até socos. Dá para entender, afinal, foram aproximadamente 70 mil foliões — e nem todos sãos. Ah, a venda de drogas anunciadas em alto e bom tom também foi feita por pequenos — e muitos — grupos. “Lança, maconha e farinha!”. Mas quatro destes “comerciantes” foram pegos no flagra com 140 frascos de lança perfume e levados por policiais militares ao 14º Distrito Policial. Será que a Copa acabou para eles?

E quem diria, na hora do jogo, a disputa de vaga para a semifinal entre Brasil e Colômbia ficou em segundo plano nas ruas da Vila, perdendo de goleada para os apaixonados. Foram infinitos beijos, amassos, cenas fortes e...Bom, os atacantes estavam com o pé calibrado.

Mas os lances que ficarão na memória do repórter que tinha diversos telões e televisões à vista e só viu os replays dos gols do Brasil e soube da lesão de Neymar por telefone serão outros.


Um casal que se conheceu em um estádio de futebol, em Campinas, no dia 31 de outubro de 2013 já está aumentando a família. Ela, brasileira, estava de bobeira e foi torcer para o clube argentino Vélez Sarsfield contra a Ponte Preta em jogo válido pelo campeonato Sul-Americano. Ele, hermano e fanático, veio ao Brasil para acompanhar o time de coração. O resultado de 0 a 0 em campo foi bem diferente do placar na arquibancada. A troca de olhares, e depois um portunhol afiado, levaram Letícia Vicini e Gonzalo Lopez a se encontrarem semanas depois no Rio de Janeiro, onde a defesa abriu espaço para a alegria: vem aí o brasileirinho Joaquím Vicini Lopez, que vai morar com os pais em Buenos Aires.

Outro gol de placa foi feito pela menina que destrói estigmas e parou a Vila Madalena. Thaís Mussio, de 23 anos, chamou a atenção por onde passou. Cadeirante desde os 16, quando sofreu uma queda de tirolesa, a estudante é muito bem resolvida, dona de si e tem uma autoestima invejável. Com a amiga Érica Mesquita, um ano mais nova, Thaís arrancava suspiros, recebia elogios e pedidos de “fica comigo?”. Ela confessa que quando o dono do xaveco é bonito, até para e conversa, mas jura que não beijou ninguém. E adivinha só quem fica na água mineral enquanto a amiga aproveita? Sim, Thaís segura a onda para poder dirigir e dar carona para Érica.

Essa é a Copa do Mundo na Vila Madalena. Tem impedimentos, faltas desnecessárias, gol de mão e lances que merecem cartão vermelho. Mas tem também muita alegria, caras pintadas, sorrisos no rosto, paixões escancaradas e outras contidas, explosão de euforia e pessoas responsáveis por lances históricos.

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