Ex-secretário Nacional de Segurança Pública, coronel José Vicente da Silva questionou uma possível alteração na cena da ação da Polícia Civil que deixou, no domingo (3), dez suspeitos de assalto a residência mortos no Morumbi.
— Havia cinco corpos enfileirados na rua e isso deixa evidente que retiraram os corpos de onde estavam. A polícia não pode mexer na cena do crime antes da perícia chegar. Os corpos não foram sozinhos e não morreram um do lado do outro.
Presente em coletiva de imprensa desta segunda-feira (4) na sede do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), o ouvidor da polícia, Júlio César Fernandes Neves, apresentou os questionamentos do coronel.
Segundo o delegado Ítalo Zaccaro Neto, titular da 2ª Delegacia da Divisão de Investigações sobre Crimes contra o Patrimônio. do Deic, o procedimento foi adotado pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e pelos Bombeiros com o intuito de socorrer possíveis sobreviventes.
A Polícia Civil afirma que os criminosos atiraram. De acordo com o delegado Zacaro Neto o fato de não haver baleados entre os policiais deve-se tanto ao treinamento dos agentes como à imperícia dos suspeitos.
— Nós temos treinamento para isso, nós treinamos, tentamos nos aperfeiçoar, nos reciclamos e a impressão que a gente tem é que [os suspeitos] são jovens que sentem numa arma de grosso calibre o poder para o enfrentamento ao Estado sem a menor qualificação para o manejo daquilo que eles têm na mão.
Mais cedo, o governador Geraldo Alckmin afirmou que não há informações sobre excessos e defendeu a ação.
— Não há nenhuma informação a esse respeito. Quem está de fuzil não está querendo conversar. Eram criminosos fortemente armados, com munição que não pode ser utilizada [munições de uso restrito], colete balístico.