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Desaparecimento de jovens após relato de abordagem policial completa seis dias nesta quinta-feira

Carro que o grupo usava para ir a uma chácara foi encontrado no Rodoanel e passou por perícia

São Paulo|Giorgia Cavicchioli, do R7

Um dos jovens desaparecidos é deficiente físico
Um dos jovens desaparecidos é deficiente físico

Desde a última sexta-feira (21), familiares de quatro jovens e um motorista da zona leste de São Paulo vivem a aflição de não terem notícia alguma sobre o grupo. Eles desapareceram após marcar um encontro com meninas pelas redes sociais.

Os amigos Jonathan, Caíque, César e Robson — de idades entre 16 e 19 anos — contrataram Jones Oliveira Januário, de 30 anos, para levá-los a uma chácara. O colega era conhecido como "Síndico" pelos jovens. Eles combinaram pagar a gasolina da viagem.

Adriana Nogueira Moreira, mãe de Jonathan, diz que não sabia exatamente para onde o filho iria quando saiu de casa. Pensava que ele iria a uma balada e voltaria no dia seguinte, como sempre faz. 

— Não temos nem sinal deles. Como pode cinco pessoas sumirem e ninguém ver nada?


O retorno dos jovens estava previsto para o último sábado (22). Com a demora, as famílias se uniram para fazer uma busca. Porém, só encontraram o carro que eles usavam, abandonado no Rodoanel. No veículo, nem sinal dos adolescentes. Apenas fraldas e curativos de um dos meninos: Robson, que é deficiente físico.

Amélia Maria Donato, tia de Robson, diz que o jovem ficou deficiente depois de levar um tiro nas costas em um acidente. Mesmo depois disso, ele continuava saindo normalmente com os amigos. “Os amigos dele levavam ele. Ele sai bastante, sempre vai em festa de aniversário, em chácara”.


A tia de Robson afirma que ele não tinha como se defender de ninguém e que não existe “rastro nenhum” dos jovens desde o desaparecimento. Os familiares chegaram a rastrear o celular de César e localizaram passagens por Atibaia, Bragança Paulista e no shopping Aricanduva.

A única pista que a família diz ter a respeito do desaparecimento é um áudio que Jonathan mandou para uma amiga dizendo que tinha sido parado pela polícia no dia do desaparecimento. Na mensagem, ele diz: “Ei, tio. Acabo de tomar um enquadro ali. Os polícia tá me esculachando”.


A mãe de Jonathan disse que todos os meninos já tinham passado pela Fundação Casa. A tia de Robson diz que depois que o áudio foi mandado para a amiga, ela tentou ligar para os jovens. Porém, todos os telefones estavam na caixa postal. O caso foi registrado no 55º Distrito Policial.

Procurada pelo R7, a Secretaria de Segurança Pública enviou a seguinte nota: "A Polícia Civil informa que foi instaurado Procedimento de Investigação de Desaparecimento (PID) para investigar o caso no DHPP. O carro usado pelos jovens foi periciado e as famílias foram notificadas para comparecerem no departamento. Mais informações não podem ser passadas para não prejudicar as investigações".

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