"Ele estava muito emocionado", conta capitão dos Bombeiros sobre vítima resgatada

O capitão do Corpo de Bombeiros Marcelo Carnevale, que participa dos resgates do prédio que desabou na zona leste de São Paulo, afirmou que Rubens Moreno estava muito emocionado no momento em que foi encontrado nos escombros. Moreno foi resgatado após conseguir pedir ajuda aos bombeiros por rádio.

— Tiramos o Rubens do buraco e foi graças ao contato que ele fazia com a gente. Ele não tinha muita noção de onde estava. Pegamos várias informações, mas através de barulhos e sons, ele falou pra mim: “Eu estou aqui. Venham me buscar. Venham me buscar”.

Segundo o capitão, os operários possuíam o rádio para se comunicar entre eles. Após o acidente, Rubens entrou em contato com um colega de trabalho.

A comunicação via rádio durou entre 45 minutos e uma hora, até os bombeiros terem certeza de onde ele estava. Segundo Carnevale, o estado de saúde de Rubens era bom.

— Ele estava muito emocionado, muito tenso, o que é natural. Estava com algumas escoriações próximas ao couro cabelo. Não dava para ver, porque ele estava muito sujo, com muito pó dos escombros. Mas estava consciente.

Segundo o capitão, eles tiraram mais uma pessoa que estava ao lado de Moreno. Essa pessoa estava "um pouco menos consciente" e foi necessário romper duas lajes para se ter acesso às vítimas.

— Teve uma hora que a gente percebia pela voz que ele [Moreno] estava enfraquecendo. Não queria falar muito.

Trabalhos de resgate

Segundo o Corpo de Bombeiros, os trabalhos estão sendo feitos de forma "muito técnica".

— Tem que ir muito devagar, porque a estrutura está muito fragilizada. Estamos pontuando conforme o mapa que nós fizemos com os cães farejadores. A maior dificuldade é que eles estão tendo que romper a laje, porque era o térreo e mais pavimentos.

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Até o momento, os bombeiros contabilizavam 24 vítimas resgatadas, com seis mortos.

— Pelo tamanho, pela dimensão e pelas informações que nós temos dos trabalhadores que ficaram do lado de fora, temos a perspectiva de encontrar mais pessoas.

Quando questionado se havia esperança de encontrar mais gente com vida, o capitão respondeu que "enquanto não encerrar a ocorrência, há esperança, sim". Ele disse ainda que os bombeiros vão sair do local apenas quando a área estiver totalmente limpa. Carnevale estimou mais dois dias de trabalho intenso 24 horas.